Dr. Gamaliel Marques

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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Dia do Sexo sem sexo: quando o ato não atrai

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Ilustração: NE10

Do NE10
 
Nesta quinta-feira dedicada ao sexo - data comercial, criada por uma marca de preservativos - ter uma relação íntima não vai ser a opção de alguns. O motivo passa longe da ausência de tempo, parceiro ou disponibilidade. Para os assexuais, falta vontade.
 
Encontrar quem mostre a cara não é tarefa fácil. "No exterior já se fala mais abertamente. Mas a nossa sociedade cobra muitas regras: se eu não gosto de sexo ou se gosto demais, sou doente, perversivo. São rótulos, e ninguém quer fazer parte disso", diz a sexóloga Valéria Walfrido. Na internet, com identidades ofuscadas, a pauta cresce e ganha fóruns e debates.
 
O site norte-americano Aven (The Asexual Visibility and Education Network), com mais de 30 mil internautas autodeclarados assexuais, afirma que é possível ser feliz sem sexo: "Diferente do celibato, que é uma escolha, assexualidade é uma opção sexual. Uma pessoa assexual tem as necessidades emocionais que qualquer um e é capaz de ter relações íntimas. Isso não faz nossas vidas serem melhores ou piores." Separando claramente amor de sexo, a página aponta para a possibilidade real de uma vida a dois com romantismo e carinho, mas sem a obrigação do ato sexual.
 
No Recife, a voz de Júlio Neto, 21 anos, ecoa quase solitária. Um dos fundadores do site Comunidade Assexual, o jovem assumidamente assexual contabiliza menos de dez pessoas participando ativamente do debate. "Não é só no Brasil, mas aqui há uma grande resistência em falar sobre o assunto. Pela nossa cultura do sexo, pelos valores, pelo receio de humilhação, preconceito", conta. Recém-apresentado ao sexo, Júlio ressalta que a falta de interesse sexual não deleta em definitivo o ato de sua vida. "Se houver uma situação, uma razão relevante, posso fazer. Mas não fica em primeiro plano. Não mede a qualidade do relacionamento. Eu não excluo o sexo, mas ele não me atrai."
 
MENTE - Professor de teorias da personalidade da Universidade Federal de Pernambuco, Sílvio Ferreira afirma que é possível viver sem sexo. Porém, diz o psicólogo, excetuando-se as pessoas que em função dos votos de devoção religiosa assumem tal compromisso e sublimam os desejos, há uma auto-sabotagem. A repressão implica na negação do desejo, e um dia a conta vai ser cobrada, aponta.

"O recalcamento redunda em sintomas neuróticos. A pessoa pode achar que é bem resolvida num determinado momento. Por ora, é um arranjo que dá certo, mas não se mantém a vida inteira. Um dia esse material recalcado retorna e aparece como dor, angústia, sofrimento e ansiedade", descreve Ferreira, acrescentando que o desejo sexual faz parte da natureza humana e está presente mesmo nos que o sublimam ou reprimem.
 
A sexóloga Valéria Walfrido explica que, assim como a máquina corporal difere uma da outra, a questão hormonal atua de variadas formas. E que a satisfação pessoal deve ser sempre o mais importante. "Se você se constrange quando falam sobre sexo, se o incomoda ser diferente, o ideal é buscar uma resposta, um tratamento. Mas é preciso lembrar que não devemos viver para os outros. Não devemos sair da zona de conforto para agradar alguém. Então, se você se sente bem da forma que é, não há nada anormal", esclarece.
 
 
A sexóloga Valéria Walfrido diz que o bom sexo, feito com quem se gosta, beneficia o corpo como um todo. E não tem contraindicação
 
Melhora a pele
 
Previne o enfarto
 
Ajuda no crescimento capilar
 
Trabalha músculos como glúteo, abdômen e quadríceps
 
Faz perder calorias
 
Deixa a pessoa relaxada, bonita e calma
 

 

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