Dr. Gamaliel Marques

Dr. Gamaliel Marques

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Carnaval do Recife é de Primeira!

O carnaval do Recife é um carnaval multifacetado, com formas diferentes de carnaval de rua, desfiles de agremiações carnavalescas e apresentações de cantores e conjuntos musicais em palanques específicos.


O Recife possui o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada, que se apresenta no sábado de carnaval, ou Sábado de Zé Pereira.

Século XVII - De acordo com as antigas tradições, mais ou menos em fins do século XVII, existiam as Companhias de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores de Mercadorias. Essas companhias geralmente se reuniam para estabelecer acordo no modo de realizar alguns festejos, principalmente para a Festa de Reis. Esta massa de trabalhadores era constituída, em sua maioria, de pessoas da raça negra, livres ou escravos, que suspendiam suas tarefas a partir do dia anterior à festa de Reis. Reuniam-se cedo, formando cortejos que consistia de caixões de madeira carregados pelo grupo festejante e, sentado sobre ele uma pessoa conduzindo uma bandeira. Caminhavam improvisando cantigas em ritmo de marcha, e os foguetes eram ouvidos em grande parte da cidade.


Século XVIII - Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana, surgiram particularmente a partir do século XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século passado, no seu livro Festas e Tradições Populares, descreve uma Coroação de um Rei Negro, em 1742. Pereira da Costa, à página 215 do seu livro, Folk-lore Pernambucano, transcreve um documento relativo à coroação do primeiro Rei do Congo, realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife. Os primeiros registros destas cerimônias de coroação datam da segunda metade deste século nos adros das igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no estado e Pernambuco, promovidas pelas irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito.

Século XIX - Depois da abolição da escravatura, em 1888, os patrões e autoridades da época permitiram que surgissem as primeiras agremiações carnavalescas, formadas por operários urbanos nos antigos bairros comerciais. Supõe-se que as festas dos Reis Magos serviram de inspiração para a animação do carnaval recifense. De acordo com informações de pessoas antigas que participaram desses carnavais, possivelmente o primeiro clube que apareceu foi o dos Caiadores. Sua sede ficava na Rua do Bom Jesus e foi fundador, entre outros, um português de nome Antônio Valente. Na terça-feira de carnaval à tarde o clube comparecia à Matriz de São José, tocando uma linda marcha carnavalesca e os sócios levando nas mãos baldes, latas de tinta, escadinhas e varas com pincéis, subiam os degraus da igreja e caiavam (pintavam), simbolicamente. Outros Clubes existiam no bairro do Recife: Xaxadores, Canequinhas Japonesas, Marujos do Ocidente e Toureiros de Santo Antônio.

Século XX - O carnaval do Recife era composto de diversas sociedades carnavalescas e recreativas, entre todas se destacava o Clube Internacional, chamado clube dos ricos, tinha sua sede na Rua da Aurora, no Palácio das Águias. A Tuna Portuguesa, hoje Clube Português, tinha sua sede na Rua do Imperador. A Charanga do Recife, sociedade musical e recreativa, com sede na Avenida Marquês de Olinda e a Recreativa Juventude, agremiação que reunia em seus salões a mocidade do bairro de São José. O carnaval do início deste século era realizado nas ruas da Concórdia, Imperatriz e Nova, onde desfilavam papangus e máscaras de fronhas (fronhas rendadas enfiadas na cabeça e saias da cintura para baixo e outra por sobre os ombros), esses mascarados sempre se apresentavam em grupos. Nesses tempos, o Recife não conhecia eletricidade, a iluminação pública eram lampiões queimando gás carbônico. Os transportes nos dias de carnaval vinham superlotados dos subúrbios para a cidade. As linhas eram feitas pelos trens da Grat Western e Trilhos Urbanos do Recife, chamados maxambombas, que traziam os foliões da Várzea, Dois Irmãos, Arraial, Beberibe e Olinda. A Companhia de Ferro Carril, com bondes puxados a burros, trazia foliões de Afogados, Madalena e Encruzilhada. Os clubes que se apresentaram entre 1904 e 1912 foram os seguintes: Cavalheiros de Satanás, Caras Duras, Filhos da Candinha e U.P.M.; este último criado como pilhéria aos homens que não tinham mais virilidade.

O Corso - Percorria o seguinte itinerário: Praça da Faculdade de Direito, saindo pela Rua do Hospício, seguindo pela Rua da Imperatriz, Rua Nova, Rua do Imperador, Princesa Isabel e parando, finalmente na Praça da Faculdade. O corso era composto de carros puxados a cavalo como: cabriolé, aranha, charrete e outros. A brincadeira no corso era confete e serpentina, água com limão e bisnagas com água perfumada. Também havia caminhões e carroças puxadas a cavalo e bem ornamentadas, rapazes e moças tocavam e cantavam marchas da época dando alegre musicalidade ao evento. Fanfarras contratadas pelas famílias, desfilavam em lindos carros alegóricos.

Século XXI - O Carnaval Multicultural do Recife respeita e valoriza a tradição. E a atual gestão faz questão de perpetuar a cultura do povo pernambucano. Por isso, o Polo das Tradições mostra ao grande público as agremiações carnavalescas tradicionais do bairro da Boa Vista e adjacências. No Domingo de Carnaval, acontece no Mercado Público da Boa Vista a tradicional e concorrida Manhã de Sol, com o que
há de melhor na música carnavalesca do Recife.

POLO RECIFE MULTICULTURAL

Um polo do qual o povo inteiro gosta. Aqui, o carnaval do Recife começa e termina. Tudo acontece e todos se encontram.

O Marco Zero é um marco de mudança no formato do carnaval, consolidando-o como festa única, democrática e popular. É no Marco Zero que o Recife celebra toda a sua multiculturalidade, sobre a “Rosa dos Ventos”, grande obra de Cícero Dias, um dos homenageados do carnaval 2009. Desde 2001, primeiro ano da atual gestão, jovens, crianças, admiradores da cultura e famílias se reúnem no local para brincar e assistir aos desfiles de agremiações, encontros de tradicionais blocos de frevo, caboclinhos, blocos de pau e corda e maracatus. Nesse palco se encontram os grandes nomes do carnaval pernambucano e artistas nacionais e internacionais convidados para o evento.

É aqui que o prefeito do Recife, na sexta-feira anterior ao sábado de Zé Pereira, entrega a chave da cidade ao rei Momo e dá início à folia. A abertura do carnaval é um espetáculo à parte. Várias Nações de Maracatu reverenciam o frevo, e a folia toma conta da cidade. É também no Marco Zero que acontece o encerramento das festividades de Momo. Na terça-feira, a folia se despede em grande estilo. Uma magnífica orquestra de frevo, formada por integrantes de várias orquestras, faz evocação ao frevo e encerra a festa, numa grande confraternização entre músicos, maestros, cantores, agremiações e o povo.
Galo da Madrugada


O Clube de Alegoria Galo da Madrugada, foi criado em dezembro de 1977, numa reunião de amigos do bairro de São José no carnaval. O assunto primordial era a diferença entre os carnavais antigos e o atual (daquela época). Segundo Enéas Freire, presidente perpétuo da agremiação a idéia inicial foi de se formar um clube de frevo. O clube foi fundado oficialmente em 24 de janeiro de 1978, na Rua Padre Floriano, 43, no bairro de São José, O seu principal objetivo é reviver as verdadeiras origens e tradições do carnaval de rua. Para isso, O Galo convoca e congrega todos os seus foliões em um grandioso e sensacional desfile, através das manifestações mais espontâneas e populares, unindo clubes de frevo e grupos de mascarados, nessa grandiosa festa que se realiza todos os anos com êxito.

O desfile do Galo da Madrugada vem sendo realizado todos os anos na manhã do sábado de Zé Pereira. Por tradição, O Galo começa a concentração deste dia, a partir das 5:30 da madrugada, com toques de clarins anunciando a alvorada do carnaval pernambucano, além de uma batalha de confetes, serpentinas e uma salva de fogos, O Galo desfila pelos bairros de São José e Santo Antônio, reverenciando o frevo, juntamente com milhares de foliões.

Outros blocos e grupos aderem ao cortejo no final do desfile do Galo, como: O Rabo do Galo, a Galinha do Galo, entre outros.

O Galo da Madrugada é considerado o Maior Bloco Carnavalesco do Planeta, conforme o GUINESS BOOK, o livro dos recordes, de 1995.

O trajeto do Galo começa em frente ao Forte das Cinco Pontas, passando pela Avenida Dantas Barreto, Praça Sérgio Loreto, Rua da Concórdia (via mais estreita), e terminando na Avenida Guararapes.

Vários barcos se posicionam no Rio Capibribe para acompanhar a passagem do bloco.



A movimentação de pessoas no centro do Recife no sábado de caraval do Galo da Madrugada dura todo o dia. Os foliões começam a chegar de manhã - por volta das 7 horas da manhã - e o bloco tem sua saída oficial por volta das 10 horas; os trios elétricos tocam até cerca de 18 horas e até a noite ainda sobram muitas pessoas voltando para casa ou seguindo direto para outra aglomeração de carnaval do Recife, a maioria delas localizadas no perímetro do Recife Antigo.



O Galo da Madrugada é composto por carros alegóricos, freviocas e varios trios elétricos (cerca de trinta).

O principal ritmo tocado no bloco é o frevo, mas vários outros ritmos são executados pelas dezenas de trios que cruzam a cidade animando os foliões.


Músicas do Carnaval do Recife

Madeira que Cupim não Rói
(Capiba)

Madeiras do RosarinhoVem à cidade,
sua fama mostrar
E traz com seu pessoal
Seu estandarte tão original
Não vem pra fazer barulho Vem só dizer, e com satisfação
Queiram ou não queiram os juízes
O nosso bloco é de fato campeão
E se aqui estamos cantando esta canção
Viemos defender a nossa tradição
E dizer bem alto, que a injustica dói
Nós somos Madeira de Lei que cupim não rói.

VOLTEI, RECIFE NOVO
(Luiz Bandeira)

Voltei, Recife
Foi a saudade
Que me trouxe pelo braço

Quero ver novamente "Vassoura"
Na rua abafando
Tomar umas e outras
E cair no passo

Cadê "Toureiros"?
Cadê "Bola de Ouro"?
"As Pás", Os "lenhadores
"O "Bloco Batutas de São José"?

Quero sentir
A embriaguês do frevo
Que entra na cabeça
Depois toma o corpo
E acaba no pé

O Galo da Madrugada(Frevo)
Alírio Moraes e José Meneses

Acorda povo vem ver

O meu Galo cantar BIS
Joga o pijama no chão
A camisola pro ar
Veste o palhaço que é hora BIS
De vir pra rua cantar
Meu “padre floriano”
Voltei pra repetir:

Frevo quando é bom vem de frente
Gruda no corpo da gente
Depois não quer mais sair
Êta velha guarda assanhada
É o Galo da Madrugada
É São José a sorrir


Comidas típicas de Pernambuco



A culinária pernambucana teve influência indígena, africana e portuguesa. Esta mistura de tradições e culturas resultou em uma culinária rica de sabores, cores e perfumes.As tradições são muitas e sempre seguidas à risca. Na Semana Santa, por exemplo, não falta à mesa da família permambucana o peixe ou camarão acompanhados de bredo, arroz e feijão cozidos no leite de coco.

No São João as comidas de milho estão presentes na pamonha, canjica (no Sul do país conhecido como curau), bolo de milho. Mas não é só isso. Também não faltam na mesa junina os bolos de macaxeira, pé-de-moleque e o famoso bolo Souza Leão (receita secreta da família de mesmo nome).


A culinária pernambucana é tão rica que o sociólogo Gilberto Freyre dedicou ao assunto um livro onde mescla as receitas mais famosas e suas histórias.

Caldinho de Peixe ou Camarão

O caldinho é típico dos bares do Recife. O costume é beber o caldinho bem quente em um copinho pequeno, acompanhado de um copinho de cachaça. Por isso é conhecido também como "Ele e Ela".

1 posta pequena mais uma cabeça de peixe ou 250 gr de camarão inteiro
2 tomates, 1 cebola, 3 dentes de alho, 1/2 pimentão, coentro, sal e pimenta batidos no liquidificador.
250ml de leite de coco
3 colheres de sopa de azeite de oliva

Cozinhe o peixe ou camarão em 1 litro de água, junto com os temperos, até que o caldo se reduza a quase a metade. Junte o leite de coco e o azeite e ferva por mais 5 minutos. Retire do fogo, descarte a cabeça do peixe e bata tudo no liquidificador. Se usar o camarão bata tudo no liquidificador e coe em peneira grossa. Volte ao fogo para ferver e sirva imediatamente em canequinhas ou copinhos pequenos.
O caldinho também pode ser de feijão. Neste caso é só bater no liquidificador o feijão já pronto e temperado (de preferência um feijão cozido com carnes defumadas) com bastante caldo, voltar à panela para ferver e servir com uma azeitona dentro de cada copinho.

Batida de Frutas
A infinidade de frutas da região permite que se experimente batidas com sabores exóticos e deliciosos. Não deixe de experimentá-las quando vier ao Recife.


1 xícara de cachaça de boa qualidade
2 xícaras de polpa de fruta regional (cajú, acerola, pitanga, cajá, maracujá, umbú, umbú-cajá, ou outra de sua preferência)
2 xícaras de gêlo picado
1 xícara de açúcar


Bata tudo no liquidificador, coloque em uma jarra e sirva em copos médios adicionando pedras de gêlo.

Caranguejo

Muito apreciado pelos pernambucanos, o caranguejo é um crustáceo que exige certo esforço e habilidade na hora de saboreá-lo. No entanto, quem o experimenta não deixa de voltar a provar. O modo certo de comer é ir arrancando as patas, uma a uma, quebrando e retirando a carne. No final, abre-se o corpo do carangueijo para comer a gordura que fica depositada no casco.


Casquinha de Caranguejo

Um delicioso e simpático petisco de caranguejo servido dentro do próprio casco do crustáceo.

500g de carne de c 12 carangueijos
1 cebola, 1 tomate e 1 pimentão em rodelas
hastes inteiras de coentro
1/2 xícara de azeite de dendê ou de oliva sal e pimenta

Lave bem os caranguejos em água corrente, com a ajuda de uma escova fina, para tirar toda a lama.

Em um caldeirão junte água suficiente para cobrir os caranguejos, todos os temperos, o azeite e leve para ferver. Quando levantar fervura junte os carangueijos e deixe ferver cerca de 40 minutos. Retire do caldo, passe para uma travessa e leve à um local onde possa ser quebrado (geralmente uma pequena tábua e um quebrador, como um pilãozinho, para cada pessoa).

Casquinho de carangueijo
2 tomates, 1 cebola, 1/2 pimentão, 2 dentes de alho e coentro picadinhos
250ml de leite de coco
2 colheres de sopa de azeite de oliva
sal e pimenta a gosto
1 colher chá de amido de milho
1 colher de sopa de margarina
1/2 xícara de farinha de mandioca casquinhos de carangueijo vazios e limpos

Frite os temperos no azeite até que comecem a dourar, junte a carne de caranguejo, o leite de coco e tempere com sal e pimenta. Deixe ferver 15 minutos. Dissolva o amido em um pouco d'água, despeje sobre a carne e mexa até ferver. Em uma frigideira doure a farinha na margarina.

Encha os casquinhos do caranguejo com o creme e cubra com a farofa.

Sururu


O sururu é um marisco pequeno e muito comum em Pernambuco. Preparado com o leite de coco ganha um sabor especial, adocicado. O costume é servi-lo com farinha de mandioca e limão. Não dispense uma dose de uma boa cachaça quando for provar o prato!

600g de sururu limpo e escaldado
4 tomates, 1 cebola, 1/2 pimentão e coentro picadinhos
2 dentes de alho amassados
Azeite, sal e pimenta
250ml de leite de coco

Faça um molho refogando os temperos no azeite. Junte os tomates e deixe cozinhar até engrossar. Junte o sururu e deixe ferver mais ou menos 20 minutos. Junte o leite de coco e quando levantar fervura apague o fogo.

Sarapatel

Miúdos e o sangue de porco cortados miudinhos e refogados em um molho bem temperado deram origem a este prato de sabor forte e cor escura. Ideal para acompanhar a bebiba, servido com gotas de limão e farinha de mandioca.

1kg de miúdos de porco para sarapatel (se encontra nos mercados públicos e feiras livres da cidade)
4 tomates, 1 cebola, 3 dentes de alho, 1/2 pimentão e coentro picadinhos sal e pimenta a gosto azeite

Escalde os miúdos e corte-os em cubinhos de mais ou menos 1cm. Faça um molho com os temperos e quando começar a engrossar acrescente os miúdos e deixe ferver cerca de 30 minutos. Vá acrescentando água quando necessário para que fique com uma boa quantidade de molho.

Arrumadinho

O arrumadinho é um petisco muito famoso nos bares do Recife. Seu nome vem do modo como é servido: com os ingredientes arrumados em camadas. É irresistível acompanhado de uma cerveja bem gelada!

500g de feijão verde
250g de carne de sol ou carne de charque escaldada e picada em cubinhos pequenos
1 xícara de farinha de mandiocaCoentro, 1 cebola e 1 tomate picadinhos
2 colheres de sopa de manteiga ou margarina Sal e pimenta a gosto

Cozinhe o feijão com sal. Frite a carne em 1 colher de manteiga. Faça uma farofa fritando a farinha com o restante da manteiga, sal e pimenta. Arrume em camadas numa travessa o feijão verde, coloque por cima a carne, os temperos picadinhos e por cima de tudo a farofa. Enfeite com coentro e sirva.

Escondidinho

O escondidinho pode ser servido como petisco, para acompanhar uma cerveja gelada ou como prato principal. Neste caso o único acompanhamento necessário é uma salada leve, com alface, tomate e cebolas.

500g de carne de charque cozida e desfiada
500g de cebola cortada em tiras grossas
6 dentes de alho grandes espremidos
1,5kg de macaxeira (também conhecida como mandioca ou aipim)
2 colheres de sopa de manteiga sal e pimenta a gosto
50g de queijo ralado óleo para fritar a carne

Cozinhe a macaxeira com sal até ficar bem macia. Bata no processador ou no liquidificador com um pouco da água do cozimento até formar uma pasta grossa. Leve de volta ao fogo com a manteiga, fazendo um purê. Reserve.

Frite a carne de charque com a cebola e o alho e tempere com a pimenta a gosto. Não deixe ficar muito seca.Em um refratário faça uma camada com metade do purê, despeje por cima a carne e cubra com o restante do purê de macaxeira. Polvilhe com o queijo ralado e leve ao forno até dourar.

Carne de Sol

A carne de sol é um prato típico do sertão pernambucano. A carne de boi é salgada e deixada ao sol até atingir o ponto ideal. Na hora do preparo, é necessário deixá-la de molho em água para dessalgar e depois mergulhar no leite por algumas horas para que amacie bem e não endureça. Esta carne é encontrada já pronta nos mercados públicos, feiras e supermercados da região.

800g de carne de sol em um único pedaço
1 litro de leite manteiga de garrafa (derretida)
300g de queijo de coalho cortado em fatias bem grossas

Abra a carne ao meio no sentido do comprimento fazendo uma espécie de bife bem grande. Deixe a carne de sol de molho na água por 12h, trocando a água 1 vez e depois mais 4 horas de molho no leite. Enxugue e leve para fritar na manteiga, em fogo baixo, cuidando para que não endureça nem resseque. Coloque em uma travessa e mantenha aquecida.Aqueça ligeiramente as fatias de queijo sem deixar dourar, só para que comecem a derreter. Arrume o queijo por cima da carne e sirva acompanhado de manteiga de garrafa, feijão verde, arroz branco, macaxeira cozida e farofa.

Charque à Brejeira

Também um prato do sertão. A carne de charque é desfiada em grandes pedaços e refogada nos temperos. Pode ser servida como petisco ou como prato principal, acompanhada de arroz branco.

couve amarradas
2 bananas compridas cortadas em tres, com as cascas
2 tomates, 1 cebola, 3 dentes de alho, 1/2 pimentão, coentro, sal e pimenta batidos no liquidificador

500g de charque cozida e desfiada em pedaços grandes
1 tomate, 1 cebola, 1 pimentão cortados em fatias finas
2 dentes de alho amassados Óleo, sal e pimenta

Refogue a charque em pouco óleo e antes que doure, junte os tomates, a cebola, o pimentão e o alho. Refogue por mais alguns minutos e sirva quente.

Cozido

O cozido é um prato de origem portuguesa que se tornou marca registrada da culinária regional. Um prato especial para o almoço de domingo, pois pela quantidade de ingredientes só é possível fazê-lo para muitas pessoas. Reúna sua família e experimente-o no próximo domingo.

600g de osso buco com a carne (escolha pedaços em que o osso tenha bastante tutano)
500g de coxão duro cortado em cubos grandes
500g de carne de charque escaldada cortada em cubos
1 paio cortado em rodelas grossas
2 linguiças defumadas cortadas em pedaços grandes
100g de bacon defumado cortado em cubinhos
2 cenouras
grandes cortadas em quatro
3 batatas médias cortadas ao meio
1 chuchu grande cortado em oito
1/2 repolho cortado em dois com o centro para que as folhas não se destaquem
2 batatas doce grandes cortadas em quatro
20 vagens inteiras
8 maxixes inteiros
12 quiabos inteiros
500g de jerimum (abóbora) cortado em cubos grandes
5 cebolas pequenas inteiras
12 folhas de
2 Postas grossas de peixe, cozidas junto aos legumes, acompanhadas de pirão feito com o caldo do cozimento. Os bons restaurantes de culinária regional não deixam de ter este prato em seu cardápio. colheres de sopa de óleo
Azeite de oliva

Em um caldeirão grande, frite ligeiramente as carnes e o bacon no óleo. Retire as carnes, junte os temperos batidos e refogue até começarem a dourar. Junte aproximadamente 4 litros de água, as carnes, o charque, o paio e a linguiça e deixe ferver até que as carnes estejam cozidas mas bem firmes. Junte então todos os legumes e deixe ferver até que estejam cozidos mas ainda firmes. Com ajuda de uma espumadeira, retire as carnes e os legumes do caldo e arrume-os separados em duas travessas. Reserve em local aquecido.

Faça um pirão com o caldo que ficou na panela juntando farinha de mandioca aos poucos, sem parar de mexer até engrossar. Vá juntando farinha até obter consistência de um mingau grosso. Regue o pirão com azeite e sirva imediatamente acompanhado de arroz branco.

Peixada Pernambucana

2 postas grandes de peixe (cavala ou pescada branca)
1 cenoura cortada em quatro
1 chuchu pequeno cortado em quatro
2 batatas cortadas ao meio
1 pimentão em rodelas grossas
2 cebolas em rodelas grossas
2 tomates em rodelas grossas
Coentro picado
Azeite de oliva
Sal e pimenta a gosto
Farinha de mandioca
2 ovos cozidos partidos ao meio

Em um panela larga arrume metade de todos os legumes. Coloque por cima as postas do peixe. Tempere com sal, pimenta, bastante coentro picado e regue com azeite. Faça outra camada com o restante dos legumes, tempere novamente com sal, pimenta, coentro e azeite. Leve ao fogo baixo com a panela tampada e cozinhe por aproximadamente 20 minutos. Arrume os legumes, o peixe e os ovos cozidos em uma travessa aquecida e reserve.

Com o caldo que ficou na panela faça um pirão despejando lentamente a farinha até dar o ponto de um mingau grosso, mexendo sempre até levantar fervura. Sirva imediatamente junto com a peixada e arroz branco.

Caldeirada

A caldeirada é uma deliciosa mistura de frutos do mar cozidos com temperos variados e leite de coco. É imperdível experimentar este prato nos bares e restaurantes especializados da cidade. Prove com arroz branco ou só com farinha de mandioca e não dispense uma cerveja ou um bom vinho branco geladíssimos para acompanhar.

500g de camarão grande limpo
1kg de postas de peixe (pescada, cioba, cavala ou cação)
300g de polvo limpo
300g de ostras
400g de mariscos com a casca
2 cebolas, 4 tomates, 3 dentes de alho e coentro.
1/2 xícara de azeite de oliva
Sal e pimenta a gosto
500ml de leite de coco


Passe no processador ou no liquidificador as cebolas, os tomates, o alho, o coentro, o sal e a pimenta. Numa panela grande refogue os temperos no azeite até começar a dourar. Acrescente os frutos do mar e por cima as postas de peixe. Junte o leite de coco, tampe e cozinhe por aproximadamente 20 minutos, até que tudo esteja macio e os mariscos estejam abertos. Sirva quente com arroz branco.

Bredo de Coco
Em Recife é imperdoável não ter o bredo de coco à mesa na Sexta-Feira Santa. Sirva-o de preferência acompanhado de arroz também cozido no leite de coco.
2 maços de bredo (verdura típica da região)
250ml de leite de coco
4 tomates
1 cebola média picada
2 dentes de alho amassados
Coentro picado
2 colheres de sopa de azeite de oliva
Sal e
pimenta a gosto
Destaque as folhas do bredo, lave-as e leve para escaldar para tirar o visgo. Escorra e reserve.

Faça um molho fritando a cebola e o alho no azeite. Junte os tomates e deixe cozinhar até encorpar. Junte o coentro e tempere com sal e pimenta. Acrescente o bredo e deixe cozinhar cerca de 10 minutos. Junte o leite de coco e assim que levantar fervura apague o fogo.
Feijão de Coco
Outro proto típico da Semana Santa. O feijão, após cozido, é refogado com os temperos e o leite de coco até formar um creme de consistência leve e muito perfumado. Resistir é um pecado!
3 xícaras de feijão rajadinho ou mulatinho cozido e batido no liquidificador com um pouco do caldo do cozimento

cebola, 1 tomate 2 dentes de alho e coentro picadinhos
250ml de leite de coco
Sal e pimenta a gosto
Azeite de oliva

Refogue bem os temperos no azeite. Junte o feijão, o sal, a pimenta e o leite de coco. Deixe ferver até engrossar como um creme. Sirva bem quente como acompanhamento junto com arroz branco e peixes ou crustáceos.

Quibebe

Na Semana Santa, a tradição manda que se coma apenas peixe ou crustáceos. Em Pernambuco estes pratos são servidos com diversos acompanhamentos preparados no leite de coco. Um deles é o quibebe.

1Kg de jerimum (abóbora)
1 cebola picadinha
2 dentes de alho amassados
Azeite, sal e pimenta
250ml de leite de coco

Refogue a cebola e o alho no azeite. Junte o jerimum e deixe cozinhar até ficar macio. Vá juntando água aos poucos, se necessário, para que não pegue no fundo da panela. Amasse ou passe pelo espremedor ou processador. Volte ao fogo com o leite de coco e deixe ferver mexendo até engrossar. Sirva quente como acompanhamento de peixes e crustáceos.

Pirão de Ovos

Ovos cozidos moles, misturados aos legumes, servidos com um saboroso pirão. É um prato muito forte e por isso não precisa de nenhum acompanhamento.

4 ovos
1 tomate em rodelas
1 cebola em rodelas
1 pimentão em rodelas
Coentro
2 colheres de sopa de manteiga
1 litro de água
3/4 de xícara de farinha de mandioca
1 colher de chá de extrato de tomate
sal e pimenta a gosto
azeite de oliva

Leve a água ao fogo temperada com sal, pimenta e 1 colher de manteiga. Quando levantar fervura coloque para cozinhar o tomate, a cebola, o pimentão e o coentro até que fiquem macios mas não desmanchem. Retire-os da água e reserve em local aquecido. Quebre os ovos um a um no caldo fervente tomando cuidado para não abrir as gemas. Cozinhe deixando as gemas ainda moles. Reserve junto com os legumes.Junte o restante da manteiga e o extrato de tomate no caldo e, em fogo baixo, e vá despejando lentamente a farinha mexendo bem e cuidando para não embolar. Mexa sem parar até levantar fervura.

Divida o pirão em dois pratos, arrumando por cima os ovos e os legumes. Regue com azeite e sirva imediatamente.

Bolo de Frutas

Este bolo de consistência firme e coloração escura, tem massa úmida e macia com sabor apurado de frutas e especiarias. Para os pernambucanos este bolo é obrigatório nas festas de casamento, aniversários e grandes ocasiões, onde é servido confeitado com glacê de açúcar branco.

1 xícara de passas pretas sem caroço
2 xícaras de frutas cristalizadas
2 xícaras de ameixa seca
1 xícara de manteiga ou margarina
1 xícara de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de vinho branco doce
4 ovos
1 colher de chá de bicarbonato
1 colher de sobremesa de fermento em pó
1 colher de chá de canela em pó

Bata a ameixa com o vinho até formar uma pasta. Reserve. Bata a margarina com o açúcar e as gemas até formar um creme fofo. Misture as frutas cristalizadas e as passas com 1/2 xícara de farinha de trigo.



Misture o creme de manteiga com o creme de ameixas, acrescente as frutas cristalizadas. Reserve

Dissolva o bicarbonato em 2 colheres de água quente. Reserve.

Misture a farinha restante com a canela e o fermento. Reserve.Bata as claras em neve.

Misture o bicarbonato com o creme de frutas. Vá acrescentando alternadamente a este creme, em pequenas porções, a mistura de farinha e as claras em neve, misturando cuidadosamente com uma colher de pau a cada adição.

Coloque a massa em uma forma alta (redonda ou de bolo inglês, de modo que o bolo fique com mais ou menos 8 centímetros de altura) bem untada com manteiga e leve ao forno médio por aproximadamente 2 horas (a massa é pesada e leva bastante tempo para assar).

Deixe esfriar completamente, desenforme e embrulhe em papel alumínio e 2 camadas de filme plástico. Deixe descansar por 15 dias em temperatura ambiente para apurar o sabor. Sirva em fatias acompanhado de vinho branco ou suco de frutas.

Bolo de Rolo

Um doce genuinamente pernambucano. As camadas finíssimas de bolo se alternam com o doce de goiaba resultando em um sabor delicado e muito especial. Sirva-o em fatias finas acompanhado de um bom vinho.

4 ovos em temperatura ambiente
1 xícara de açúcar
1 xícara de farinha de trigo
1 colher de sobremesa de fermento
1 pitada de sal
600g de goiabada
1 xícara de água
Açúcar para polvilhar
1/2 xícara de margarina em temperatura ambiente

Numa tigela bata a margarina com o açúcar até formar um creme fofo e claro. Vá acrescentando os ovos, um a um e continue batendo. Peneire juntos a farinha, o fermento e o sal e misture-os delicadamente ao creme, com uma colher de pau.

Divida a massa em duas assadeiras de 30 x 40 cm bem untada e enfarinhada (se nessessário distribua a massa uniformemente com uma colher). Leve para assar em forno quente preaquecido por 10 minutos ou até que esteja assado, mas com a massa ainda branca. Polvilhe açúcar sobre dois panos de prato e solte cuidadosamente os bolos ainda quentes sobre os panos. Enrole pelo lado mais estreito junto com os panos e espere esfriar.

Para o recheio, corte a goiabada em pedacinhos e leve ao fogo com a água até derreter e formar uma pasta homogênea. Deixe esfriar. Desenrole os bolos, espalhe uniformemente o recheio e vá enrolando o primeiro bolo firmemente. Continue enrolando o segundo bolo, unindo-o às bordas do primeiro, formando um único rocambole. Corte as bordas, polvilhe bem com açúcar e embrulhe em papel impermeável por algumas horas para dar forma. Na hora de servir, desembrulhe e corte em fatias finas.


Bolo Pé-de-Moleque

A mistura de especiarias e castanhas com a massa da mandioca, resultou nesse bolo de sabor marcante, coloração escura e muito perfumado.

1kg de massa de mandioca
2 xícaras de açúcar
1/2 xícara de margarina em temperatura ambiente
4 ovos
2 xícaras de leite
150g de castanha de cajú
1 colher de chá de canela em pó
1 colher de chá de cravo em pó
1 colher de chá de erva doce
1 colher de sopa de café bem forte
1 colher d e chá de fermento
1 pitada de sal
castanhas de cajú em metades par adecorar

Misture a massa de mandioca com o leite de coco, o açúcar, a margarina e o café. Misture a canela, o cravo, a erva doce, as castanhas, o fermento e o sal. Junte à massa anterior. Bata as claras em neve, vá juntando as gemas uma a uma sem parar de bater e depois misture delicadamente à massa. Despeje em forma untada, decore com as metades de castanhas e leve ao forno médio cerca de 1h.

Bolo de Macaxeira

Um bolo com consistência de pudim firme, facílimo de fazer e de sabor irresistível. Experimente.

1 kg de macaxeira (mandioca ou aipim) descascada e ralada no ralo fino
3/4 xícara de margarina derretida
2 xicaras de açúcar
3 ovos
1 coco ralado
1 colher sobremesa de fermento
1 pitada de sal

Misture bem todos os ingredientes com colher de pau, despeje em uma forma de 24cm untada fartamente com margarina. Leve para assar em forno médio preaquecido por aproximadamente 40 minutos ou até que esteja com a superfície dourada.

Sorvetes de Frutas Regionais

São tantas as frutas da terra e de sabores tão exóticos que vale a pena parar em uma das sorveterias da cidade para experimentá-los. Mesmo porque, com o calor não existe sobremesa ou lanche mais apropriado.Umbú, cajá, acerola, graviola, pinha, pitomba, umbú-cajá, maracujá, mangaba, araçá, jaca são alguns dos mais conhecidos. Experimente também o sorvete de tapioca, feito com a goma de mandioca branquinha - o sabor é diferente e delicado.

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