Dr. Gamaliel Marques

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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sudeste registra taxa de fecundidade mais baixa do país e Nordeste a mais alta, aponta Ipea


Por Paula Laboissière
Agência Brasil

Brasília - Apesar da queda na fecundidade ter sido registrada em todas as regiões do país, as taxas, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), são desiguais. Em 2007, os mais baixos índices de fecundidade foram observados no Sudeste enquanto os mais altos foram encontrados no Nordeste.

De acordo com a pesquisa Pnad 2007: Primeiras Análises, a taxa de fecundidade total no ano passado foi de 1,83 filho por mulher. A média foi inferior à chamada taxa de reposição (de 2,1), que significa o mínimo de filhos que cada brasileira deveria gerar para que, no período de trinta anos, a população total do país seja mantida.

Enquanto, em 1992, uma mulher nordestina tinha 1,2 filho a mais que uma residente na Região Sudeste, no ano passado essa diferença era de 0,5 filho.
De acordo com a pesquisa, a fecundidade é maior nas camadas de mais baixa renda, mas a distância entre as camadas sociais também tem diminuído ao longo dos anos quando o assunto é a quantidade de filhos. Em 1992, mulheres de baixa renda tinham 3,3 filhos a mais que as de alta renda. Em 2007, essa diferença passou a ser de 2,6 filhos.

A coordenadora do grupo técnico de população e cidadania do Ipea, Ana Amélia Camarano, acredita que, caso a velocidade da queda de fecundidade seja mantida, o Brasil poderá ter de recorrer a políticas de incentivo à natalidade.

“Mas é uma política de longo prazo e difícil. A gente está vendo a experiência européia. Já se gastou muito dinheiro incentivando a natalidade com resultados pequenos. É o caso também do Japão.”

O estudo do Ipea revela ainda que mulheres brasileiras que possuem alta renda têm apresentado taxas de fecundidade “extremamente baixas” – semelhantes, inclusive, a de países como Itália, Espanha e Japão, onde os números não ultrapassam 1,3 filho para cada mulher.
O grau de escolaridade, segundo o Ipea, também reflete em mudanças nas taxas de fecundidade. Em 1992, uma mulher com baixo nível de educação tinha 1,8 filho a mais que mulheres com alta escolaridade. Em 2007, esse mesmo índice foi reduzido para 1,4.

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