Do JC OnLine
Quintino Miranda Paes Barreto, José Luiz Vieira, José Glicéro Bonfim, Abelardo Costa, Augusto Franklin Ramos, Orlando Elias dos Santos, Alexandre Carvalho, Osvaldo dos Santos Ramos, Luiz Gonzaga Barabalho Uchoa e Augusto Câmara. Essa relação não consta em nenhuma ficha técnica de jogo de futebol, mas sim na ata de fundação do Santa Cruz Futebol Clube, datada de 3 de fevereiro de 1914.
Aqueles jovens senhores mal sabiam que naquele dia, na Rua da Mangueira, dariam ao mundo uma das maiores paixões do povo pernambucano. As primeiras reuniões para formar a nova agremiação começaram em frente à Igreja de Santa Cruz, daí o nome do clube. Hoje, 95 anos depois, o Santa batalha para retornar seu caminho de vitórias. Mas as glórias acumuladas nesse quase um século não merecem comemoração menos entusiasmada.
A curiosidade é que, ao nascer, o novo clube de futebol pernambucano nasceu sob as cores preta e branca. Mais tarde acrescentou o vermelho para diferenciá-lo do Flamengo, o primeiro campeão do Estado. O primeiro jogo do "time dos meninos" como era conhecido foi memorável. Diante do Rio Negro, o futuro tricolor atropelou por 7x0.
A escalação foi a seguinte: Waldemar Monteiro; Abelardo Costa e Humberto Barreto; Raimundo Diniz, Osvaldo Ramos e José Bonfim; Quintino Miranda, Sílvio Machado, José Vieira, Augusto Ramos e Osvaldo Ferreira. A partida foi disputada na campina do Derby.
O Rio Negro, então, pediu revanhce, mas a condição era de que o Santa não escalasse o atacante Sílvio Machado, artilheiro na primeira partida com cinco gols. Pedido atendido, Carlindo foi escolhido como substituto. Foi melhor que a encomenda. Carlindo fez seis dos nove tentos do Santa. O Rio Negro, outra vez, não marcou nenhum.
Em 1917, o Santa entrou para a Liga Pernambucana e ganhou o direito de disputar o campeonato estadual. Porém, o primeiro feito do clube-prodígio aconteceu em 1919, quando tornou-se o primeiro time do Nordeste a derrotar uma equipe carioca. A vítima da proeza foi o Botafogo, que caiu por 3x2.
TÍTULOS - Apesar disso, o primeiro estadual demorou. Veio apenas em 1931, quando, no dia 13 de dezembro, o tricolor derrotava o Torre por 2x0, gols de Valfrido e Estevão. Tomando gosto pela vitória, o título repetiu-se nos dois anos seguintes, sempre capitaneados pelo artilheiro Tará. Em 1935, mais um Pernambucano era comemorado, pela torcida que a cada ano ganhava mais seguidores.
A década de 1940 teve como marco inicial o aluguel de um terreno próximo a Avenida Beberibe e Rua das Moças, no Bairro do Arruda, por parte do dirigente Aristófanes de Andrade. Nesse período, o Santa conquistou três títulos (1940, 1946 e 1947). Após este último, os corais amargariam dez anos de jejum.
SUPER - A quebra do hiato veio em grande estilo. O Campeonato Pernambucano de 1957 foi tão longo que terminou sendo disputado pelo três grandes clubes - o Náutico e o Sport juntaram-se ao tricolor - e só teve sua partida final no dia 16 de março do ano seguinte. Era o primeiro supercampeonato no Estado.
A partida foi disputada na Ilha do Retiro contra o Sport e aos dois minutos do segundo tempo, o placar marcava 3x0 para os corais. Os rubro-negros ainda marcaram mais duas vezes mas o tricolor não estava a fim de perder e levantou seu primeiro supercampeonato com Aníbal; Diogo e Sidney; Zequinha, Aldemar e Edinho; Lanzoninho, Rudimar, Faustino, Mituca e Jorginho. O técnico era Alfredo González.
O segundo supercampeonato veio com uma equipe arrasadora. Afinal, os anos de 1970 marcaram o melhor período do clube. Como se não bastasse um esquadrão arrasador nas quatro linhas formado por Givanildo, Luciano Veloso e Ramon, entre outros.
Para completar a felicidade na nação coral, no dia 4 de julho de 1972, o Santa finalmente tinha uma casa. O terreno no bairro do Arruda fora doado definitivamente para o clube em 1954, quando o Recife tinha como prefeito José do Rego Maciel, pai do senador Marco Maciel.
E, como homenagem, no nome do antigo prefeito foi dado ao estádio, que recebeu em seu jogo de abertura o Santa enfrentando o Flamengo e empatando por 0x0. A reforma de 1982 deixou o Arruda um verdadeiro colosso - o segundo maior estádio particular do Brasil.
No ano seguinte, o a nova casa dos tricolores assistiu ao terceiro supercampeonato, numa eletrizante campanha. O time venceu a última fase do terceiro turno e arrancou para o título. Um dos destaques do time era o jovem lateral-direito Ricardo Rocha.
Fonte:http://jc.uol.com.br/tvjornal/2009/02/02/not_175222.php
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