Dr. Gamaliel Marques

Dr. Gamaliel Marques

quarta-feira, 12 de março de 2008

Viva! 471 anos do Recife.

A cidade foi fundada pelos portugueses em 1537 e permaneceu portuguesa até a independência do Brasil, com a exceção de um peróido de ocupação holandesa no Século XVIII, entre 1630 a 1654, sendo mais conhecidos os oito anos (de 1637 a 1644) que passou sob o governo de Maurício de Nassau (Mauritsstad, 'Cidade Maurícia' em holandês).

Maurício de Nassau, o governador-geral da Holanda, chegou em janeiro de 1637. Ele mandou 4.400 soldados virem pra cá, expandindo o seu exército. Nassau mandou construir pontes, canais que ficavam ao redor do Rio Capibaribe, prédios administrativos e trouxe pintores holandeses virem pra cá a fim de pintar em quadros os pontos turísticos da cidade e mandá-los para a Europa. Assim, turistas vindos de vários países do continente europeu enriqueceram a cidade, embelezando-a cada vez mais, até acabar quase toda a verba do governo. Maurício de Nassau usou um tapete que havia em sua casa e que tinha a forma de um boi, mandou "amarrar" algumas casas num fio barbante, amarrou o "boi" nesse barbante e cobrou pedágio dizendo que o esse boi era vivo e voava. Todo mundo pagou uma taxa alta para ver o "boi" voar.
Antes de invadir o Recife, os holandeses incendiaram Olinda, que na época era a capital da província. Vinte e quatro anos depois, brasileiros de todas províncias se reuniram para expulsar os holandeses no Monte Guararapes. Essa foi a primeira batalha da História do Brasil em que brasileiros e portugueses se unem para expulsar um povo estrangeiro.
A origem de seu nome vem da palavra arrecife, em homena- gem aos arrecifes que existem até hoje em algumas praias recifenses. A palavra recife vem do árabe racif.

Após a invasão holandesa, comerciantes vindos de Portugal estabelecem-se no Recife. A cidade prosperou graças à ascensão econômica portuguesa, chamados com desprezo de mascates, e vista com desconfiança pelos olindenses.

O conflito de interesses políticos e econômicos entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses, vindos de Portugal, deu origem à Guerra dos Mascates. Porém essa revolta não prejudicou o crescimento do povoado do Recife, elevado à categoria de de vila independente em 1710.

No início do século XIX, o Recife foi marcado por revoltas inspiradas no ideário liberal vindo da Europa: comerciantes, aristocratas e padres se revoltaram para exigir mais autonomia a colônia. Entretanto, a classe dominante evitava questões como o fim da escravatura e dispensava a participação popular, temendo revolução.

Nesse mesmo século, ocorre- ram as revolu- ções mais conheci- das da História do Recife. A Revolução de 1817, a Confederação do Equador, de 1824 e a Revolução Praieira, de 1848. O Recife deixou de ser vila, não se subordinava ao poder central, nem estava subordinado a Olinda. Nesse tempo, iniciou-se um grande período de desenvolvimento da cidade.

No início do século XX, iniciou-se um período de agitação cultural e a encantadora Belle Époque mostrou a busca de novas linguagens para traduzir as velozes mudanças trazidas pelas novas técnicas.

Na década de 1930, o Recife crescia, porém não tinha estrutura para acolher adequadamente seus moradores. Nas comunidades ribeirinhas surgiam os mocambos, cidadãos que dependiam da carne de caranguejo. Mas a capital pernambucana possuía o mais bem equipado porto do país, a indústria crescia, possuía teatros e hotéis de luxo e a praia de Boa Viagem.

Hoje em dia, o Recife é uma das cidades mais desenvolvidas do Brasil. É, também, a capital mais antiga do Brasil, fundada em 1537.

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