Por Gabriela López, repórter do Blog de Jamildo
Após uma guerra judicial, tumulto em zonas eleitorais e uma militância expressiva nas ruas, o prefeito João da Costa venceu o deputado federal Maurício Rands na prévia petista deste domingo (20) com 51,9% dos votos, de acordo com informações não-oficiais. Entretanto, começa uma nova disputa interna no partido. Por causa da judicialização do pleito em torno da polêmica dos filiados aptos a votar, o candidato que concorrerá às eleições de outubro pela sigla só será homologado no dia 28, após uma reunião do diretório nacional, estadual e municipal.
No fim das contas, o único fato concreto é que a vitória de Costa, na verdade, não foi apenas perante Rands, mas principalmente sob o senador Humberto Costa, o deputado federal João Paulo e o governador Eduardo Campos, que, nos bastidores, bancou a campanha de Rands. Os dois primeiros fizeram questão de demonstrar apoio incondicional a Rands e o tempo todo em entrevistas reforçaram que a população e a militância queriam trocar o prefeito, mas não o partido. Já Eduardo Campos pretendia, segundo disse-me-disse, ver o PT rachado para lançar seu próprio candidato.
Por tudo isso, os adversário de Costa, a quem chamavam de isolado, ainda fazem questão de não reconhecer a derrota. Pressionam o diretório nacional à interferir no pleito local. Humberto Costa já falou até em anulação do pleito. E o secretário nacional do partido, Eloy Pietá, que veio ao Recife acompanhar a eleição deste domingo, já engoliu a corda. Asseverou que houve erro dos dois lados, "mentiras", nas palavras dele, que induziram juízes ao erro nas três liminares expedidas pela Justiça entre o sábado e este domingo. Na primeira, Costa defendia o direito de todos os filiados de votar e não apenas os que tinham quitado suas contribuições financeiras com a legenda até o dia 5 (no caso da individual) ou 10 (a coletiva), mencionando que isto era uma decisão do secretário de organização nacional. Na segunda, Rands cassava a primeira liminar. E na terceira, Costa reconquistava o direito de todos votarem.
"Houve dois erros. O primeiro é que quem havia tomado as decisões sobre os votos não foi o secretário de Organização, como foi informado à justiça [na primeira liminar]. A decisão foi algo coletivo, com todo o diretório nacional. O segundo ponto foi o recolhimento da contribuição. Foi informado à Justiça que a quitação coletiva abrangia os mais de 20 mil filiados, o que não é verdadeiro", afirmou o secretário Eloy Pietá, completando que a situação de cada filiado será analisada individualmente pelo diretório nacional.
A confusão judicial acabou repercutindo nas zonas eleitorais, onde também causou confusão. Em todos os locais de votação, eleitores reclamavam que tinham sido chamados para votar, mas seus nomes não constavam na lista. Alguns desistiram e outros tiveram que esperar uma nova lista chegar (dependendo da liminar que estava valendo naquele momento). Para completar, a militância foi às ruas engajada e houve brigas em alguns momentos entre grupos adversários, como no momento em que João Paulo chegou para votar na Escola Sizenando Silveira, em Santo Amaro, área central da cidade. Um militante agrediu outro com um soco, fazendo a coordenação do prédio precisar acionar o Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) da Polícia Militar para acalmar os ânimos.
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