Luíza Brunet é a embaixadora do programa "Mãos emPENHAdas contra a violência" |
Formar agentes multiplicadores de informação para o combate à
violência doméstica e familiar contra a mulher. Com esse intuito, o
Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) apresentou, na terça-feira
(13/8), na 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, o programa “Mãos
EmPENHAdas Contra a Violência”. A iniciativa, originalmente lançada pelo
Poder Judiciário do Mato Grosso do Sul (TJMS), foi anunciada, em
Pernambuco, com a participação da embaixadora da proposta, a modelo,
atriz e ativista Luiza Brunet; do presidente do TJ pernambucano,
desembargador Adalberto de Oliveira Melo; e da coordenadora da Mulher,
desembargadora Daisy Andrade. Na ocasião, foi assinado um protocolo de
intenções de cooperação técnica entre o Judiciário estadual, o Instituto
Maria da Penha (IMP) e o Sindicato dos Empregadores de Salão de Beleza
de Pernambuco (Sindesbe). Confira as fotos do evento AQUI.
O documento estabelece as diretrizes de implantação do projeto em
Pernambuco, com a capacitação de profissionais que atuam em salões de
beleza e estética para que possam, no exercício habitual de suas
atividades profissionais, ter a capacidade de identificar possíveis
sinais de violência doméstica. A partir daí, eles deverão orientar as
vítimas sobre os meios de procurar ajuda junto à rede de enfrentamento e
proteção à mulher para que possam denunciar os abusos. "Ao lançarmos o
'Mãos Empenhadas', iniciativa de sucesso do TJMS, creio que nosso maior
desejo seria o de não necessitar de tal iniciativa. Porém, infelizmente,
ainda somos uma sociedade marcada pelo machismo. Para se ter uma ideia
do quão grave é a situação da mulher vítima de violência, apenas em
Pernambuco, de janeiro de 2017 até junho deste ano, o Judiciário deferiu
quase 27 mil medidas protetivas de urgência a mulheres", alertou o
desembargador-presidente Adalberto de Oliveira Melo.
A coordenadora da Mulher do TJPE, desembargadora Daisy Andrade,
esclarece que o projeto atua meramente no âmbito educativo, não
significando que os profissionais farão denúncias ou identificarão os
agressores. “É importante reforçar que os salões de beleza não serão
delegacias. Esse é um projeto diferenciado que envolve a capacitação na
Lei Maria da Penha. Apesar de a Lei ter completado 13 anos, muita gente
ainda não a conhece. Essa iniciativa vem ao encontro do que determina a
Resolução 254, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que instituiu a
Política Judiciária Nacional de enfrentamento à Violência contra a
Mulher no âmbito do Poder Judiciário”, destacou a magistrada.
A embaixadora do projeto, Luiza Brunet, falou sobre a eficácia que o
projeto pode obter por meio da conscientização num ambiente que propicia
a confiança do público feminino. “É muito significativo esse projeto,
porque é possível detectar a violência contra a mulher nesses locais em
que ela se sente mais segura em falar com sua amiga cabeleireira, com
seu maquiador, e tudo que rege esse universo da beleza onde a gente
convive ao longo da nossa vida. Isso é o que torna essa parceria
perfeita, maravilhosa. Eu me sinto privilegiada em poder compartilhar
desse momento”, afirmou.
Luiza Brunet concluiu reafirmando sua aposta no amor, mesmo relatando
ter presenciado violência doméstica durante a infância e sendo ela
própria vítima após se tornar adulta. “Acredito muito no amor, na
família e no casamento. Não somos contra os homens, apenas contra os
homens agressores. Acredito que possamos manter uma convivência
respeitosa e amistosa. Espero que possa colaborar com a causa através da
minha história. O papel da mulher cidadã é contribuir para uma
sociedade melhor”, declarou, em seu discurso, a ativista.
Em Pernambuco, existem cerca de 43 mil salões de beleza que poderão
se transformar em ferramentas de combate à violência doméstica e
familiar contra a mulher. A presidente do Sindesbe, Cinthia Almeida,
conta de que forma a iniciativa pode ser aplicada efetivamente no
estado. “No ambiente do salão de beleza, a intimidade entre
profissionais e clientes acaba sendo inevitável. E, quando as mulheres
são capacitadas para identificar uma situação de violência, são capazes
de transmitir a informação de uma maneira amistosa e gentil. Elas podem
indicar um site onde a mulher possa buscar informações, podem oferecer
um folheto que esteja disponível no salão, pode ser por meio de um
banner, de palestras, ou qualquer outro material que possamos oferecer
como instrumento educativo. Agora vamos buscar as estratégias para fazer
com essa iniciativa seja posta em prática”, explicou Cinthia Almeida.
Desembargador Adalberto de Oliveira Melo e personalidades exibem a camisa com logomarca do programa
Estiveram presentes ao evento a fundadora do Instituto Maria da
Penha, professora Regina Célia; a secretária Estadual da Mulher, Silvia
Cordeiro; a secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa; e a deputada
estadual Gleide Ângelo; representantes da Defensoria Pública, entre
outras autoridades. A atividade integrou a programação pelos 197 anos do
TJPE, que segue até domingo. Confira os detalhes AQUI.
Fonte: TJPE
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