Na eleição para o governo de Pernambuco, há três anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um personagem quase que onipresente na campanha eleitoral, aparecendo até no programa de TV (guia eleitoral) dos adversários. Mesmo se dividindo entre as candidaturas de Humberto Costa (PT) e de Eduardo Campos (PSB), a sua participação foi decisiva para derrotar a reeleição do governador Mendonça Filho. Em Pernambuco, Lula, candidato à reeleição, obteve 78,48% dos votos válidos no segundo turno. Um percentual inferior apenas ao do Amazonas (86,8%), do Maranhão (84,6%) e do Ceará (82,38%). Na sua terra natal, o presidente foi, portanto, o principal eleitor, podendo repetir a façanha em 2010. E, caso o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) dispute a sucessão estadual, é possível que o embate pelo Palácio das Princesas não se dê, precisamente, entre o governador Eduardo Campos e o senador peemedebista, mas entre Lula e Jarbas. Eduardo já tem força suficiente para assegurar sua reeleição, não sentindo tanta necessidade da presença de Lula para garantir sua vitória. É certo que a participação do presidente numa eleição como a de 2010 terá a sua importância, mas dessa vez Lula não será candidato e, mais do que a reeleição de Eduardo, o que estará em jogo é a eleição da ministra Dilma Rousseff para continuar o projeto político do PT. Como Jarbas se firmou no Brasil como uma das vozes mais fortes de oposição ao governo Lula, será natural, portanto, que o presidente Lula se esforce para derrotar o senador peemedebista, caso ele concorra à sucessão estadual. A propósito, já se tornaram públicos os sinais de que o presidente vai trabalhar para derrotar alguns "calos" que o incomodam no Senado. Além de Jarbas, os senadores Arthur Virgílio (PSDB/AM), Tasso Jereissati (PSDB/CE), José Agripino (DEM/RN) e Marconi Perillo (PSDB/GO) também estão, digamos assim, na lista dos desafetos do governo Lula. E esse é um dos pontos que vai pesar e muito na sucessão estadual de 2010. Bem, "vendetas", como se sabe, nunca são boas conselheiras,mas costumam mover muitos projetos políticos.
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