SÃO PAULO - A falsificação monetária é um problema cada vez mais recorrente no Brasil. Segundo dados do BC (Banco Central), em 2008, foram apreendidas 528 mil notas sem valor. Este ano, o número já atinge 251 mil.
As cédulas mais falsificadas são as de R$ 50,00, correspondendo a cerca de 60% das apreensões realizadas, na maior parte, na região Sudeste.
Dentre os principais agravantes no combate à falsificação estão a dificuldade da população em reconhecer os sinais de autenticidade da nota, o desconhecimento quanto aos procedimentos a serem adotados em caso de identificar uma cédula suspeita, além do fato de muitos comerciantes não examinarem as cédulas por considerarem uma indelicadeza com os clientes.
"Às vezes o comerciante fica constrangido de olhar a nota na frente do cliente. Mas isso tem que ser uma coisa normal, uma questão de segurança. Todo mundo deve olhar a nota", afirma, conforme publicado pela Agência Brasil, o chefe do Departamento de Meio Circulante do BC, Anthero Meirelles.
Moedas
Outro problema no combate à falsificação encontrado pelo Banco Central é a falta de hábito do brasileiro em utilizar moedas. De acordo com a instituição, existem no País cerca de 15 bilhões de moedas, sendo cerca de 80 para cada pessoa. Entretanto, a metade, em torno de 7,5 bilhões delas, está fora de circulação.
Ainda segundo o BC, a maior resistência em utilizá-las vem dos homens, especialmente os das classes A e B, que guardam cerca de 30% das moedas que recebem, percentual superior ao de homens de outras classes renda.
Para Meirelles, o fato se explica porque os homens não utilizam porta-moedas. "As mulheres, em geral, andam com bolsas, o que facilita. O homem chega em casa, tira as moedas do bolso, coloca num cofrinho. Temos que ter um processo educativo para incentivá-los a levarem as moedas consigo".
Campanha
Na tentativa de reverter esta situação e de ensinar a população a examinar a autenticidade das notas, diminuindo assim as estatísticas de falsificação, o BC lança, na próxima quarta-feira (21), a campanha "Nosso Dinheiro", que contará com filmes publicitários na televisão, spots de rádio, filmes educativos, anúncios em revistas, folders, cartilhas e hotsite na internet.
De abrangência nacional, a ação, orçada em R$ 12 milhões, será veiculada até o final de 2009.
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