A ABRACRIM - Associação Brasileira de
Advogados Criminalistas – divulgou uma nota em que defende a atuação dos
profissionais da área. Advogados de todo o país têm relatado casos em que são
apontados como inidôneos por defenderem pessoas acusadas de crimes diversos. “O
advogado não pode ser confundido com seus clientes, nem estigmatizado por
esgotar, em favor deles, todos os recursos legais defensivos, vez que é a
própria sociedade que exige que apenas o verdadeiro culpado seja punido e, assim
mesmo, no seu exato grau de culpa”, diz a nota.
O presidente da entidade, Elias Mattar Assad,
salienta que é a própria Constituição Federal que garante a todo cidadão o
direito de receber defesa por um advogado, e que este deve trabalhar sem o menor
temor. “Não se pode insinuar que profissionais da área estariam
‘descredenciados’ para exercício de cargos públicos ou partidários por terem
este ou aquele cidadão como cliente”, afirma.
A nota foi escrita em repúdio a uma
reportagem publicada na plataforma digital do jornal "O Estado de São Paulo", na
manhã deste domingo (27/06/2016), que associa o regular exercício da profissão
de advogado criminalista, com inidoneidade. A reportagem insinua que um advogado
não teria suficiente lisura para comandar um partido político por ter, entre
seus clientes, traficantes e assassinos.
A reportagem de “O Estado de São Paulo” cita
que o advogado criminalista Jaime Fusco é presidente do PMB e articulador do
partido, mas insinua que o fato de ele defender, perante a Justiça, os
traficantes conhecidos como Nem e Coelho, além de um suspeito de assassinato, o
descredenciaria para a política. O texto revoltou os presidentes estaduais da
ABRACRIM em todo o país. O presidente da entidade no Rio de Janeiro, advogado
James Walker Junior, chegou a questionar: “Seria o caso de um médico também não
poder salvar a vida de uma pessoa porque suspeita que ela seja bandida? Claro
que não, isso é uma ironia. Pois o mesmo se aplica ao trabalho do criminalista”,
compara Walker.
Os dirigentes da ABRACRIM se mobilizaram
durante todo o domingo em protestos contra o conteúdo da reportagem e o
presidente nacional da entidade redigiu a nota, que foi aprovada e divulgada no
site da Associação e nas redes sociais, em páginas da entidade e também nos
perfis pessoais dos advogados associados.
Acompanhe a íntegra da nota:
Jornal "O Estado de São Paulo" ofendeu a
advocacia criminal brasileira.
Nota Pública
A ABRACRIM-Associação Brasileira dos
Advogados Criminalistas, ante o contido em atípica matéria jornalística postada
na plataforma digital do jornal "O Estado de São Paulo", na manhã deste domingo
(27/6/2016), que associa o regular exercício da profissão de advogado
criminalista, com "inidoneidade", a ponto de insinuar que profissionais da área
estariam "descredenciados" para exercício de cargos públicos ou partidários,
vem observar que é a nossa Constituição Federal, em seu artigo 133, que torna
indispensável a atuação da advocacia, impondo seu exercício pleno com
destemor.
Portanto, o advogado não pode ser confundido
com seus clientes, nem estigmatizado por esgotar, em favor deles, todos os
recursos legais defensivos, vez que é a própria sociedade que exige que apenas o
verdadeiro culpado seja punido e, assim mesmo, no seu exato grau de
culpa!
Como a matéria não menciona qualquer atitude
antiética do profissional por ela focado, que é respeitado em nosso meio, está
menosprezando pessoas pelas suas virtudes!
Pelo relevo social, advocacia e jornalismo,
entre todas as profissões exercidas com honestidade de propósitos, merecem
respeito!
A advocacia sempre lutou e lutará pelas
liberdades profissionais, mormente dos jornalistas, que quando são perseguidos e
processados, procuram um dos nossos para a defesa!
É a nota para o resgate do respeito aos
profissionais da advocacia criminal brasileira.
Curitiba, 26/6/2016.
ABRACRIM-Nacional
Elias Mattar Assad
Presidente
ABRACRIM-RJ
James Walker
Presidente
Fonte: www.abracrim.adv.br/
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