Dr. Gamaliel Marques

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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Miguel Sales rebate acusações

JULIANA ARETAKIS
Da Folha de Pernambuco
   

Ao longo dos sete anos do Ca­so Serrambi várias polêmicas surgiram. Uma delas foi a participação do promotor de Justiça aposentado Miguel Sales no caso. Mesmo depois do julgamento, ele continuou sendo uma das figuras mais lembradas tanto pela acusação quanto pela defesa. Um dos nomes mais citados durante os cinco dias do julgamento, ele chegou até a ser comparado a Jesus Cristo pelo advogado de defesa dos kombeiros, Jorge Wellington. Ontem, por telefone, ele rebateu as acusações do promotor Ricardo Lapenda veiculadas na edição de ontem, da Folha de Pernambuco.      


Acusado por Lapenda de exercer influência política na cidade e consequentemente nos jurados que formavam o Conselho de Sentença, Miguel Sales afirmou que o que aconteceu na realidade foi o caminho inverso. “Por causa das divisões partidárias na cidade, o promotor (Lapenda) se aproveitou do fato de não ter provas suficientes para mostrar, e decidiu partidarizar o julgamento. Como no município acontecem correntes políticas diversas, eles tentaram se aproveitar dos que querem me ver longe de Ipojuca”, disse.

Sales atribuiu ainda a si o resultado apertado do Conselho de Sentença, que absolveu os irmãos por apenas quatro votos a três. “Se não se mencionasse o meu nome o resultado seria mais folgado, porque excluiria a questão local partidária mais acirrada que acontece aqui (Ipojuca)”, afirmou. 

Após a primeira data marcada para o julgamento, que aconteceria em maio, o MPPE entrou com o pedido de desaforamento do júri para o Recife, e uma das justificativas seria a influência de Sales na cidade. O pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça e o ex-promotor garante que não foi contrário. “Quando foi pedido o desaforamento do júri, a defesa ligou para me consultar se deveria ser contrária, mas eu disse que não. Se eu tivesse interesses ou influências, a defesa poderia ter pedido que se fizesse o julgamento em Ipojuca”, frisou.

Enquanto promotor responsável pelo caso, Miguel Sales chegou a devolver por quatro vezes os inquéritos policiais, sendo acusado de retardar o processo e atrapalhar as soluções para o caso. Questionado sobre o primeiro e principal erro das investigações, ele foi incisivo. “O primeiro erro, que daí decorreu em outros sucessivos erros, foi a não preservação do local onde os corpos foram encontrados, pois se todo material que existiu fosse devidamente coletado poderia se ter um grande número de provas”, frisou.

Sales coloca também como consequência da não preservação da cena do crime as possíveis falhas das perícias. “As perícias não estão erradas, apenas não poderiam chegar a um laudo conclusivo sem que o local do crime fosse preservado. Em qualquer crime, quando não há testemunha ocular, a melhor prova é a material, técnica e pericial”. Sales pretende escrever um livro sobre todo o desfecho do Caso Serrambi, mas a publicação ainda não tem data definida. 

Fonte:http://www.folhape.com.br/index.php/caso-serrambi/589519-miguel-sales-rebate-acusacoes

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