Era pouco mais de meia-noite de hoje. Quem estava dentro do lotado Fórum de Ipojuca tinha o coração batendo acelerado. Todos queriam saber o resultado do julgamento mais importante da década. Seriam os kombeiros Marcelo e Valfrido Lira absolvidos ou condenados? Sete anos de perguntas foram caladas. Pelo menos, por enquanto. Um júri apertado, de 4 a 3, mas que absolveu os réus, que até hoje se diziam inocentes dos assassinatos das adolescentes Maria Eduarda e Tarsila Gusmão, em maio de 2003. Marcelo e Valfrido estão livres e agora podem voltar para casa.
Arrumar os pertences do Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) e sair da prisão onde estavam há dois anos e sete meses. Uma semana de julgamento, mais de sessenta horas, e os fogos na frente do fórum eram o sinal de felicidade de parte da população de Ipojuca e distritos vizinhos que torciam pelos réus. Ainda na madrugada de hoje, familiares e amigos dos irmáos prepararam uma festa para recepcioná-los em casa. Os promotores já anunciaram que vão entrar com recurso de apelação para um novo julgamento.
Arrumar os pertences do Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) e sair da prisão onde estavam há dois anos e sete meses. Uma semana de julgamento, mais de sessenta horas, e os fogos na frente do fórum eram o sinal de felicidade de parte da população de Ipojuca e distritos vizinhos que torciam pelos réus. Ainda na madrugada de hoje, familiares e amigos dos irmáos prepararam uma festa para recepcioná-los em casa. Os promotores já anunciaram que vão entrar com recurso de apelação para um novo julgamento.
Miguel Sales saiu do Fórum de Ipojuca carregado por uma multidão que torcia pelos kombeiros e vaiou familiares das vítimas Foto: Teresa Maia/DP/D.A.Press |
Marcelo e Valfrido foram inocentados da acusação de homicídio duplamente qualificado e tentativa de estupro pelo conselho de sentença, formado por quatro homens e três mulheres, todos de Nossa Senhora do Ó e Camela. "A verdade chegou", bradou Marcelo. "A justiça foi feita", acrescentou Valfrido, ainda se levantando das cadeiras onde estavam e de onde assistiram todo o julgamento sem demonstrar emocao. Perto dali, Paulo Lira da Silva, 20 anos, colocava a mão no peito. Ele é filho de Valfrido e desde a última segunda-feira acompanhou o julgamento do próprio pai. "Tinha certeza de que isso ia acontecer, de que ele não era culpado. Meu pai não tem capacidade para isso. Tem uma filha que tem a mesma idade que as meninas teriam agora se estivessem vivas", desabafou. Do lado da família das vítimas, Regina Lacerda, que não participou da parte final do julgamento, já anunciou: vai mandar celebrar por trinta meses uma missa em agradecimento à absolviçãodos réus. Ela era a única entre os pais das vítimas que acreditava na inocencia dos kombeiros.
O advogado Jorge Wellington de Lima, que defende os irmãos desde abril deste ano, acredita que os depoimentos dos peritos foram cruciais para a defesa. "Quem absolveu eles foram os peritos do Instituto de Criminalística de Pernambuco. Foram eles que, do auto de suas competências, que esclareceram as dúvida. Os peritos levaram à prova da inocência. Dedico a vitória aos irmãos Lira e ao amado professor Miguel Sales", comemorou. Ele foi aluno do promotor aposentado em Caruaru e virou seu discípulo.
O placar apertado do julgamento foi visto como um bom sinal pelos promotores que passaram os últimos dias tentando condenar os kombeiros. "É importante destacar a divergência do júri. A votação mostrou a consistência dos nossos argumentos", destacou o promotor Salomão Abdo. Na opinião dele, o que pesou contra a acusação foi a questão geográfica. "Alertamos para o fato dos jurados morarem em Camela e Nossa Senhora do Ó no pedido de desaforamento", destacou Abdo.
A partir de agora, a acusação entra com recurso de apelação para novo julgamento. Para isso, é necessário esperar que todo material gravado em plenário seja taquigrafado, para que sejam dadas vistas. A partir daí os promotores e advogados da assistência da promotoria apresentam suas razões e defesa se manifesta. Só então o pedido segue para avaliação do Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Enquanto a assistência baseará o recurso por nulidade do julgamento no fato do advogado Bruno Santos, da defesa, ter se constituído primeiro como advogado de Regina Lacerda e depois passar para o lado dos kombeiros justificaria o pedido. Já a promotoria apelará com base na decisão contrária à prova dos autos. "Temos como reverter essa situação", garantiu o promotor Ricardo Lapenda.
O advogado Jorge Wellington de Lima, que defende os irmãos desde abril deste ano, acredita que os depoimentos dos peritos foram cruciais para a defesa. "Quem absolveu eles foram os peritos do Instituto de Criminalística de Pernambuco. Foram eles que, do auto de suas competências, que esclareceram as dúvida. Os peritos levaram à prova da inocência. Dedico a vitória aos irmãos Lira e ao amado professor Miguel Sales", comemorou. Ele foi aluno do promotor aposentado em Caruaru e virou seu discípulo.
O placar apertado do julgamento foi visto como um bom sinal pelos promotores que passaram os últimos dias tentando condenar os kombeiros. "É importante destacar a divergência do júri. A votação mostrou a consistência dos nossos argumentos", destacou o promotor Salomão Abdo. Na opinião dele, o que pesou contra a acusação foi a questão geográfica. "Alertamos para o fato dos jurados morarem em Camela e Nossa Senhora do Ó no pedido de desaforamento", destacou Abdo.
A partir de agora, a acusação entra com recurso de apelação para novo julgamento. Para isso, é necessário esperar que todo material gravado em plenário seja taquigrafado, para que sejam dadas vistas. A partir daí os promotores e advogados da assistência da promotoria apresentam suas razões e defesa se manifesta. Só então o pedido segue para avaliação do Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Enquanto a assistência baseará o recurso por nulidade do julgamento no fato do advogado Bruno Santos, da defesa, ter se constituído primeiro como advogado de Regina Lacerda e depois passar para o lado dos kombeiros justificaria o pedido. Já a promotoria apelará com base na decisão contrária à prova dos autos. "Temos como reverter essa situação", garantiu o promotor Ricardo Lapenda.
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/09/04/urbana1_0.asp
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