No especial preparado pelo 180graus, a reportagem resume os últimos dez anos dessa tragédia
Há dez anos, 19 sequestradores assumiram o controle de quatro aviões de passageiros e provocaram a morte de milhares de pessoas durante os ataques às torres do World Trade Center e ao Pentágono. As torres gêmeas do World Trade Center eram o destaque no horizonte de arranha-céus de Nova York que simbolizava a supremacia econômica da superpotência.
Os ataques não chocaram apenas os Estados Unidos. Aqui no Piauí, as primeiras notícias chegaram pela internet, ainda na era da chamada 'rede discada'. Muita gente estava no trabalho naquele dia, pois o evento aconteceu nas primeiras horas da manhã, após os principais jornais. Em pouco tempo, as TVs do mundo todo começaram a transmitir e procurar entender o que tinha acontecido.
Muita coisa mudou no mundo, após os atentados. Junto com as torres gêmeas, também caiu o mito da invulnerabilidade do território americano. No dia dos ataques foram quase três mil vidas que sumiram nas cinzas. Dez anos depois, as vítimas não param de surgir. Já se contabilizam 250 mil. Para lembrar a tragédia os americanos transformaram o local em fontes que derramam água, simbolizando o choro mundial.
No especial preparado pelo 180graus, a reportagem resume os últimos dez anos dessa tragédia que entrou para a história como uma das mais lamentáveis do mundo. Por mais impossível que possa parecer um dado explica a mudança que o evento provocou na história mundial: Desde os primeiros segundos do ataque terrorista já morreram quase 250 mil pessoas. São mortes provocadas por novos atentados e por guerras de combate ao terrorismo nos últimos dez anos.
PAVOR, MORTE E DESTRUIÇÃO
O ataque teve a assinatura de um tipo particular de terrorismo, cuja motivação foi o fanatismo muçulmano. Diferente do terrorismo clássico, que opera em território definido e pretende representar o interesse de determinada parcela da população, o terror islâmico só fala em seu próprio nome e pode estar sediado em qualquer lugar. Não envia soldados em submarinos nem dispõe de uma máquina de guerra detectável pelos radares. Seus soldados surgem das sombras, dispostos a morrer junto com suas vítimas, o que torna mais difícil prevenir os ataques.
Linha do tempo do dia 11 de setembro de 2001
08h14: O VOO 11 DA AMERICAN É SEQÜESTRADO
A comissária de bordo Betty Ong usa o telefone do avião para contactar a American Airlines, dizendo a eles: ‘A cabine do piloto não responde. Há alguém esfaqueado na classe executiva - e acho que há gás lacrimogêneo’.
Abdulaziz al-Omari (centro) e o líder da célula, Mohammed Atta (à direita)
08h46: TORRE NORTE DO WTC É ATINGIDA
O voo 11 da American Airlines se choca contra a Torre Norte do World Trade Center a 700km/h. Todos os 92 passageiros e nove tripulantes morrem, assim como várias pessoas que estavam na torre. Os que estavam acima do 92º andar do prédio de 110 andares ficam presos. A explosão do combustível do avião cria uma descomunal bola de fogo, que chega até o nível da recepção do prédio, na West Street.
08h52: EQUIPES DE BOMBEIROS CHEGAM AO LOCAL
Bombeiros entram na recepção da Torre Norte. Eles veem janelas destruídas e muitas pessoas com queimaduras. Tem início uma operação de resgate, e os bombeiros começam a subir pelas escadas. Às 9h o chefe do corpo de bombeiros chega ao local, e 235 bombeiros são mobilizados para participar da operação.
08h54: VOO 77 DA AMERICAN É SEQUESTRADO
O voo 77 da American Airlines muda de direção às 8h54, quando os sequestradores assumem o controle de uma terceira aeronave. O transponder do Boeing 757 é desligado dois minutos depois. Os passageiros começam a telefonar para seus entes queridos, para contar o que acontece a bordo - eles dizem que os sequestradores usaram estiletes no ataque.
Khalid al-Midhar e Nawaf al-Hazmi se preparando para o sequestro
08h58: MOBILIZAÇÃO POLICIAL
O Departamento de Polícia de Nova York mobiliza cerca de mil oficiais para lidar com a emergência. Dois helicópteros já haviam sido mobilizados e dois policiais na Torre Norte ordenam que as pessoas deixem o local. A Autoridade Portuária de Nova York também tem policiais no local. Às 9h eles ordenam a retirada de todos os civis no WTC.
Departamento de Polícia de Nova York mobiliza cerca de mil oficiais
9h03m11s: A TORRE SUL DO WTC É ATINGIDA
A operação de evcuação está em andamento quando a Torre Sul do WTC é atingida pelo voo 175 da United Airlines, a 870km/h. O Boeing 767 atinge o prédio entre os andares 77 e 85. Todos os 65 passageiros e tripulantes morrem instantaneamente. Há acesso por uma escadaria para os andares superiores, e uma enorme quantidade de pessoas sobe para o telhado, esperando ser resgatada de lá.
09h05: O PRESIDENTE É AVISADO
"Um segundo avião atingiu a segunda torre. A América está sob ataque", diz o chefe de Gabinete Andrew Card ao presidente. Por cerca de cinco ou sete minutos, George W. Bush continua na sala de aula da Escola Primária Emma E Booker, em Sarasota, Flórida, onde ele visitava crianças em uma sessão de leitura.
"Um segundo avião atingiu a segunda torre. A América está sob ataque"
9h28: VOO 93 DA UNITED AIRLINES
Com as autoridades já informadas sobre os três aviões sequestrados, um despachante da United Airlines alerta o voo 93 sobre a segurança da cabine do piloto, mas a mensagem chega tarde demais. Às 9h28 os sequestradores agem. Em meio a sons de luta, são ouvidas vozes da cabine do piloto dizendo: "Ei, saiam daqui, saiam daqui, saiam daqui!".
Sequestradores do voo 93 da United Airlines
09h30: PRIMEIRA DECLARAÇÃO DE BUSH
Em sua primeira, e breve, declaração sobre os ataques múltiplos aos EUA, o presidente promete: "Conduzir uma investigação em grande escala para caçar e encontrar os sujeitos que cometeram este ato. O terrorismo contra nossa nação não resistirá". Seu pensamento imediato é retornar a Washington.
Primeira Primeira declaração de Bush: "O terrorismo contra nossa nação não resistirá"
09h37m46s: O PENTÁGONO É ATINGIDO
O voo 77 da American Airlines atinge o Pentágono a 850km/h, matando os 64 passageiros e tripulantes, e 125 civis e militares que trabalhavam no prédio. Localizado nos arredores de Washington DC, o complexo é o centro nervoso das Forças Armadas dos EUA, e um dos maiores prédios de escritório do mundo.
O voo 77 da American Airlines atinge o Pentágono a 850km/h
09h58m59s: A TORRE SUL CAI
Menos de uma hora após ter sido atingido, o prédio de 110 andares leva 10 segundos para cair. Ninguém que estava dentro sobrevive. Nuvens de poeira e escombros se espalham pelo sul de Manhattan. Cerca de 600 pessoas que estavam dentro e ao redor do prédio morrem. A maioria trabalhava na zona de impacto.
Menos de uma hora após ter sido atingido, o prédio de 110 andares desaparece
10h03m11s: O VOO 93 DA UNITED AIRLINES CAI
Árvores carbonizadas marcam o ponto em Shanksville, Pensilvânia, onde o voo 93 da United atingiu o solo. Sequestradores derrubam o avião ao perceberem que haviam perdido o controle da aeronave. Durante o embate, passageiros e tripulantes telefonam a parentes e amigos e recebem a notícia dos ataques em Nova York. A informação faz com que eles lutem para tentar evitar a queda.
Árvores carbonizadas marcam o ponto onde o voo 93 da United caiu
10h28m25s: A TORRE NORTE CAI
A Torre Norte cai com a mesma velocidade chocante da Torre Sul. Cerca de 1.400 pessoas morrem no prédio e nos arredores. Dezesseis pessoas na escadaria B sobrevivem à destruição do prédio.
Dezesseis pessoas na escadaria B sobrevivem à destruição do prédio
12h30: ESPAÇO AÉREO AMERICANO FECHADO
Por volta das 12h30 o espaço aéreo americano é fechado pela primeira vez na História do país. Todas as aeronaves civis que não estivessem em missões de emergência são mantidas no solo ou forçadas a pousar. Dezenas de milhares de pessoas ficam presas em aeroportos do país.
Espaço aéreo americano é fechado pela primeira vez na História do país
CONSEQUÊNCIAS DO 11 DE SETEMBRO JÁ MATARAM 250 MIL
As conseqüências dos ataques de 11 de Setembro nos EUA foram globais, tendo resultado num conflito que até o momento deixou cerca de 250 mil mortos na chamada ‘Guerra ao Terror’, ao longo da última década.
Ao menos 125 mil civis morreram durante a guerra liderada pelos EUA no Afeganistão. Acredita-se que esse número seja subestimado. A guerra não terminou: civis ainda morrem em grandes quantidades.
Cerca de 3,5 milhões de pessoas (mais de um milhão delas, iraquianos) foram obrigadas a deixar suas casas e cidades devido ao conflito no Iraque.
O tempo que as Torres Gêmeas, em chamas, ficaram de pé: Torre Sul: 56 minutos; Torre Norte: 102 minutos. Tempo que elas levaram para cair: 12 segundos.
Número de jornalistas mortos nas guerras de Iraque, Afeganistão e no Paquistão: 255.
Estima-se que os EUA tenham gasto entre US$ 3,2 trilhões (cerca de R$ 5,2 trilhões) e US$ 4 trilhões (cerca de R$ 6 trilhões) nas guerras do Iraque e no Afeganistão.
12 mil é o número anual de mortos aumentou desde que a guerra começou no Afeganistão, em outubro de 2011.
Cerca de 1.506.124 toneladas de escombros foram removidas do local onde ficavam as Torres Gêmeas em Nova York.
A quantia estimada de seguros pagos relacionados ao 11 de setembro de 2001 no mundo é de cerca de US$ 40,2 bilhões (cerca de R$ 66,5 bilhões).
A média de benefícios recebidos por cada viúva de bombeiros e policiais de Nova York mortos no 11 de Setembro, até um ano após os ataques: US$ 1 milhão (R$ 1,6 milhão).
Perdas para a cidade de Nova York relacionadas aos ataques de 11 de setembro, incluindo perda de empregos, de coleta de impostos, danos à infraestrutura, e limpeza: US$ 95 bilhões (cerca de R$ 157 bilhões).
REDE GLOBO COLETA DEPOIMENTOS SOBRE OS ATENTADOS
Vários jornalistas da Rede Globo como César Tralli, Jorge Pontual, Edney Silvestre, Zileide Silva, Willian Bonner, Fátima Bernardes falaram em depoimento ao Projeto Memória Globo, como foi a cobertura do atentado na cidade norte-americana e falam da experiência de se locomover por Nova York em meio à fumaça, ao pânico e à tristeza de familiares de vítimas e desaparecidos.
‘Eu nunca mais atingi o mesmo nível de satisfação em coberturas', diz William Bonner.
‘Procuramos dar uma visão brasileira dos ataques e não apenas uma visão americana’, diz Fátima Bernardes.
11 DE SETEMBRO SERIA UMA FARSA DO GOVERNO AMERICANO?
Segundo o documentário Loose Change tudo foi um plano do governo americano. O documentário não se baseia em meras especulações, possui diversas evidências e questionamentos, também é apoiado por engenheiros, catedráticos de várias áreas e dos mais diferentes especialistas, conferindo mais seriedade a produção.
Os autores apresentam fatos e provas de que existiria uma grande mentira que acabou sendo a história oficial, decretada pela Casa Branca e difundida pela mídia daquele país.
Teorias da conspiração sobre o 11 de Setembro existem às centenas e surgiram de forma quase simultânea aos atentados. A internet abriga milhares de páginas que recorrem até à física para tentar comprovar que o Pentágono (outro alvo do ataque terrorista há dez anos) jamais foi alvo de um avião, e que o vôo 93 (cujo provável destino final era a Casa Branca) foi abatido por caças americanos, e não derrubado numa planície distante da residência oficial do presidente após um ato heróico dos passageiros.
‘Os ataques foram falsos, tudo ensaiado. Foi uma operação psicológica para deixar o povo americano com medo e fazê-lo apoiar a política externa do governo, que queria iniciar guerras’, disse James Fetzer, fundador do grupo Scholars For 9/11 Truth.
VEJA MAIS FOTOS ESPECIAIS SOBRE O 11 DE SETEMBRO
Atualmente, assim está o Word Trade Center, onde existiam as duas torres gêmeas: Novo complexo abrange memorial e terá 5 prédios (o maior deles aparece em construção), museu, metrô e shopping
Fonte:http://180graus.com/geral/tragedia-11-de-setembro-completa-hoje-10-anos-relembre-como-foi-456141.html
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