Mulheres afroamericanas que não amamentam seus bebês enfrentam um
risco mais elevado de desenvolver uma forma agressiva de câncer de mama
em comparação com as que dão o peito aos seus bebês, alertou um estudo
publicado nesta terça-feira (16).
A pesquisa demonstrou que as
mulheres que tiveram dois ou mais filhos enfrentaram um risco 50% maior
de desenvolver câncer de mama com receptor hormonal negativo, um dos
tipos mais difíceis de tratar.
Mas este risco mais elevado só esteve presente em mulheres que não amamentaram seus filhos.
"As
mulheres afroamericanas são mais propensas a ter um número maior de
gestações completas e menos propensas a amamentar seus bebês", afirmou
Julie Palmer, professor de epidemiologia do Centro de Epidemiologia
Slone, da Universidade de Boston.
"Este estudo mostra um vínculo claro entre esse fator e o câncer de mama com receptor hormonal negativo", emendou.
Dados
da pesquisa, publicada na revista Cancer Epidemiology, Biomarkers &
Prevention, da Associação Americana de Pesquisa sobre o Câncer, foram
obtidos do Estudo de Saúde de Mulheres Negras, que acompanhou 59 mil
mulheres desde 1995.
De 1995 a 2009, os cientistas detectaram 457
casos de câncer de mama com receptor hormonal negativo e 318 casos
deste tipo de câncer entre as participantes do estudo.
Entre as
diagnosticadas com câncer de mama com receptor hormonal positivo, que
também costuma acometer mais mulheres brancas, não foram constatados
vínculos com o número de filhos de uma mulher e se ela amamentou ou não.
"Nossos
resultados, analisados junto com resultados recentes de cânceres de
mama triplo negativo e basal, sugerem que a amamentação pode reduzir o
risco de desenvolvimento de cânceres de mama agressivos, difíceis de
tratar, que afetam desproporcionalmente mulheres afroamericanas", disse
Palmer.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças,
cerca de 35% das mulheres brancas dos Estados Unidos amamentam seus
bebês aos seis meses de idade, contra 20% das mulheres negras.
Fonte: AFP
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