Em decisão unânime, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
decidiu que, quando um recurso discute se uma pessoa tem direito à justiça
gratuita, não pode ser exigido o pagamento das despesas judiciais relativas ao
pedido, chamadas de recolhimento de preparo recursal.
O relator, ministro Raul Araújo, reconheceu que em decisões anteriores o STJ entendeu que o pagamento era necessário, mas defendeu uma visão mais sensível do tribunal em relação ao tema. Para o ministro, não há lógica em se exigir que a pessoa pague a despesa judicial se ela está justamente procurando a Justiça gratuita.
O relator, ministro Raul Araújo, reconheceu que em decisões anteriores o STJ entendeu que o pagamento era necessário, mas defendeu uma visão mais sensível do tribunal em relação ao tema. Para o ministro, não há lógica em se exigir que a pessoa pague a despesa judicial se ela está justamente procurando a Justiça gratuita.
“Percebe-se, logo de início, a completa falta de boa lógica a amparar a
exigência. Se o jurisdicionado (cidadão que participa do processo) vem
afirmando, requerendo e recorrendo no sentido de obter o benefício da
assistência judiciária gratuita, porque diz não ter condição de arcar com as
despesas do processo, não há lógica em se exigir que ele primeiro pague o que
afirma não poder pagar para só depois a corte decidir se realmente ele precisa
ou não do benefício. Não faz sentido”, disse o ministro.
Petição avulsa
Os ministros também decidiram que a pessoa que busca os serviços da justiça
gratuita poderá fazer o pedido ao entrar com recurso no STJ, e não de forma
avulsa e em outro momento, como determina o artigo 6º da Lei 1.060/50. A Corte Especial
aplicou um princípio que possui o objetivo de dar velocidade ao trabalho da
Justiça.
“É recomendável dispensar-se o excesso de formalismo, dando maior efetividade
às normas e princípios constitucionais e processuais”, disse Raul Araújo.
Se a pessoa tiver negado, em definitivo, o pedido para ter acesso à Justiça
gratuita, ela terá que fazer os devidos pagamentos no prazo estabelecido. Caso
isso não ocorra, o processo não será analisado nem julgado pelos ministros.
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