Dr. Gamaliel Marques

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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Comoção em enterro de professor

Ivve Rodrigues
Velório iniciou na reitoria UPE e seguiu na Igreja Batista, em Carpina
EMOÇÃO dos pais e da viúva de Almir Olímpio Alves contagiou a todos



Muita emoção na despedida do professor de Matemática Almir Olímpio Alves, de 43 anos. Familiares, amigos, colegas de trabalho, alunos e admiradores foram, ontem, dar o último adeus ao educador vítima do massacre do último dia 3 na cidade de Binghamton, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. O professor foi sepultado no cemitério do município de Carpina, na Mata Norte do Estado, distante 42 quilômetros do Recife, onde residia com a família.


O corpo chegou ao Recife na noite do último sábado e seguiu direto para a Reitoria da Universidade de Pernambuco (UPE), onde foi velado até o início da manhã de ontem. Para homenageá-lo, todo o corpo docente da instituição estava vestindo camisa preta com uma foto de Almir com a frase: “Teu sonho, tua luta e tua existência acende-nos a esperança de uma UPE melhor”. Já a família vestia camisa branca também com a imagem do professor. “Nossa homenagem aqui não era para o amigo e o profissional exemplar que Almir representava para nós. Uma trajetória de vida com muitas vitórias conquistadas através de muito estudo. Esperamos que ele sirva de exemplo para essa juventude”, explicou o reitor da UPE, Carlos Calado.

Após as homenagens na reitoria, o corpo seguiu para Carpina, onde foi velado na Igreja Batista do município. Várias faixas estavam espalhadas na igreja. Mas uma delas chamava à atenção. Enviada pelos alunos do 7° período da UPE, a faixa trazia a mensagem, por meio de símbolos matemáticos, que o “Limite da vida é igual ao infinito”. A chegada dos pais de Almir, Olímpio Adelino Alves, de 78 anos, e Maria do Socorro, de 73 anos, e da esposa dele, Márcia Pereira Lins Alves, emocionou a todos. Eles não saíram de perto do caixão e se questionavam por que aquilo tinha acontecido. O filho do professor, um adolescente de 16 anos, compareceu à UPE, mas não foi ao velório em Carpina por estar bastante abalado.

Um dos irmãos do professor, o comerciante Valdir Olímpio Alves, de 37 anos, que está morando no Rio de Janeiro, disse que sempre conversava com o irmão e que um dos assuntos preferidos era a infância deles. “Para nos distrair, lembrávamos das épocas de criança e adolescente. E, desde pequenos, Almir tinha seus objetivos traçados. Saíamos para brincar - ou para festas, já mais velhos - e ele sempre preferia ficar em casa estudando porque falava que tinha que alcançar seus objetivos”, lembrou.

Quando questionado sobre os boatos de que seu irmão teria lutado com o vietnamita Jiverly Wong, de 41 anos, autor do crime, para evitar o atentado, Valdir acredita que realmente pode ter acontecido. “Meu irmão está com o braço cortado e com a unha quebrada. Acho que ele não lutou até o fim. Quando conversávamos sobre violência, ele sempre dizia que não era covarde e lutaria pela vida até o fim”, disse, emocionado, complementando que quando voltasse para o Brasil, em junho deste ano, Almir passaria no Rio para encontrá-lo. O matemático foi um dos 13 mortos na chacina dentro da Associação Cívica Americana de Binghamton. O vietnamita Jiverly Wong invadiu o local com duas pistolas e disparou 98 tiros, depois se matou.

Fonte:http://www.folhape.com.br/

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