Dr. Gamaliel Marques

Dr. Gamaliel Marques

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Amazônia "pulmão do mundo".

Introdução

A floresta tropical da Amazônia é a maior da Terra. Cobre aproximadamente 7 milhões de km² (40% da América do Sul). Grande parte do ciclo do carbono, que é crucial para o equilíbrio ecológico e climático do planeta, passa pela Amazônia. Daí que a floresta receba o título de "pulmão do mundo".

A Amazônia é um rico reservatório de biodiversidade, contendo cerca de um quarto de todas as espécies terrestres. Com 6.400 km, o Rio Amazonas é o segundo mais longo do mundo, e contém um quinto de toda a água doce vertida nos oceanos.

A bacia do Amazonas acolhe também mais de 30 milhões de pessoas de oito nações e um território: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Dois terços da população amazônica são brasileiros, e mais da metade vive em centros urbanos.

Bolívia

Superfície total: 1.098.581 km²
Superfície da área amazônica: 714.000 km²
Desmatamento anual: 2.700 km²
População: 9,5 milhões (ONU, 2007)
Área florestal: 65%

Sem acesso ao mar, a Bolívia é o país de altitude mais elevada e o mais isolado da América do Sul. O país tem a segunda maior reserva de gás natural do continente e, juntamente com o Peru e a Colômbia, é um grande produtor de coca.

Na década passada, a Bolívia tornou-se líder mundial na promoção da gestão sustentável da floresta através da catalogação das madeiras extraídas de uma floresta bem gerida.

Na década de 1990, no entanto, a Bolívia registrou elevados índices de desmatamento, depois que o governo distribuiu 20 milhões de hectares a companhias madeireiras. Grandes áres de floresta foram também derrubadas para o cultivo de soja e coca.

(Fontes: Conservation International, FAO, mongabay.com, Oxford University Environmental Change Institute, UN, WWF).

Brasil

Superfície total: 8.514.877 km²
Superfície da área amazônica: 4.776.980 km²
Desmatamento estimado : 700.000 km² desde 1970
População: 191,8 milhões (ONU, 2007)
Área Florestal: 56%

Gigante econômico e uma das maiories democracias do mundo, o Brasil é um dos países mais influentes da América do Sul.

Dentro do território brasileiro estão 65% da Amazônia, mas estima-se que 700.000 km² já se perderam devido ao desmatamento desde 1970. Isto corresponde a uma área equivalente ao tamanho da França e da Bélgica, e representa 80% da perde recente de floresta em toda a bacia do Amazonas.

Apesar da destruição, a Amazônia brasileira continua a ser a maior área contínua de floresta tropical do mundo.

À criação de gado responde por cerca de 70% de todas as perdas florestais. A produção de soja e a exploração ilegal de madeira são outros fatores responsáveis. A construção de novas barragens hidroelétricas e a construção de estradas em toda a região são também apontadas como causas de desmatamento, uma vez que abrem acesso a terras de baixo custo e atraem novos migrantes.

O Brasil é agora o maior exportador mundial de soja e de carne bovina, e muito dessa exportação é motivada pela rápida expansão das economias asiáticas, particularmente da China.

(Fontes: Conservation International, FAO, mongabay.com, Oxford University Environmental Change Institute, UN, WWF)

Colômbia

Superfície total: 1.141.748 km²
Superfície da área amazônica: 477.000 km²
Desmatamento anual: 2.000 km²
População: 46,1 million (ONU, 2005)
Área florestal: 42%

Quarto maior país da América do Sul e uma das nações mais populosas do continente, a Colômbia tem reservas substanciais de petróleo e é o maior produtor de ouro, prata, esmeraldas, platina e carvão.

A Colômbia é também o principal produtor de coca, a planta que fornece o ingrediente principal da cocaína.

Na serra colombiana, a cobertura florestal tem sido afetada continuamente pela batalha pelo cultivo da coca. O despejo de químicos usados para processar a coca tem um pesado impacto no ambiente, e os esforços de erradicação da droga, particularmente a fumigação aérea, destróem a vegetação à volta.

Além do tráfico, o desmatamento na Colômbia tem outras causas: a exploração de madeira e de minérios, a geração de energia, a construção de infraestrutura e a agricultura são outros fatores significativos.

(Fontes: Conservation International, FAO, mongabay.com, Oxford University Environmental Change Institute, UN, WWF).

Equador

Superfície total: 256.370 km²
Superfície da área amazônica: 117.300 km²
Desmatamento anual: 2.964 km²
População: 13,3 milhões (ONU, 2007)
Área florestal: 45,7%

Tradicionalmente um país agrícola, o Equador transformou-se na década de 1960 devido ao desenvolvimento da indústria e à descoberta de petróleo, a que se seguiu um rápido crescimento e progressos na saúde, educação e habitação.

Isto provocou grandes perdas da Amazônia equatoriana. Calcula-se que o Equador perdeu mais de 56% da sua floresta total. O país tem o índice mais elevado de desmatamento por ano depois do Brasil.

A perda de floresta se explica principalmente pela expansão da agricultura e a exploração petrolífera, à exploração de madeira e à construção de estradas.

(Fontes: Conservation International, FAO, mongabay.com, Oxford University Environmental Change Institute, UN, WWF).

Guiana Francesa

Superfície total: 83.534 km²
Área total da floresta: 80.630 km²
Estimativa de desmatamento: 2,6 % da área florestal entre 1990 e 2005
População: 187.200 (via ONU, 2006)
Área florestal: 94,3%

A Guiana Francesa é um departamento da França localizado na costa nordeste da América do Sul. Pequeno território com uma população inferior a 200 mil habitantes, sua economia está ligada à economia francesa por subsídios e laços comerciais.

A população está largamente concentrada nas áreas costeiras, e muito do interior é acessível apenas por via fluvial. A falta de infraestrutura limita o grande potencial para o turismo.

A pesca e a exploração da madeira, sobretudo para exportação, são as atividades econômicas mais importantes do território.

(Fontes: Conservation International, FAO, mongabay.com, Oxford University Environmental Change Institute, UN, WWF).

Guiana

Superfície total: 214.970 km²
Área total da floresta: 151.040 km²
Estimativa da desmatamento anual: 45 km²
População: 738.000 (UN, 2007)
Área florestal: 70,3%

Único país de língua inglesa da América do Sul, a Guiana conquistou a independência em 1966.

Quase três quartos do país estão cobertos de floresta. Muitas das comunidades locais e indígenas dependem totalmente da mata para a sua sobrevivência.

A Guiana é um país pequeno, pouco populoso, alvo de ameaças ambientais à faixa costeira e à floresta tropical, e palco de pobreza e crimes violentos motivados pelo tráfico de drogas.

(Fontes: Conservation International, FAO, mongabay.com, Oxford University Environmental Change Institute, UN, WWF).

Peru

Superfície total: 1.285.220 km²
Superfície da área amazônica: 780.000 km²
Desmatamento anual: 2.240 km²
População: 27,9 milhões
Área florestal: 60,6%

Famoso pela cidade inca de Machu Picchu e pela sua variada história cultural, o Peru é também rico em recursos naturais, incluindo o cobre, a prata, o chumbo, o zinco, o petróleo e o ouro.

Mais de metade do Peru é coberto pela floresta Amazónica. O índice de desmatamento é também relativamente baixo comparado a outros países da região. A maior parte resulta da agricultura de subsistência, que pode ser atribuída largamente à migração de agricultores que chegam da serra incentivados pela lei agrária que dá direitos de propriedade aos cidadãos, desde que ocupem a terra durante cinco anos.

Cada vez mais, porém, o desmatamento é resultado de atividades como a exploração de madeira, a agricultura comercial, a exploração mineira, operações de gás e petróleo e construção de estradas.

O Peru é um dos maiores produtores sul-americanos de coca, a planta que serve de matéria-prim

a para a fabricação de cocaína.

(Fontes: Conservation International, FAO, mongabay.com, Oxford University Environmental Change Institute, UN, WWF).

Suriname

Superfície total: 163.820 km²
Área de florestal: 147.760 km²
Desmatamento anual: 325 km²
População: 458.000 (ONU, 2007)
Área Florestal: 90,2%

O Suriname, anteriormente denominado Guiana Holandesa, é um dos menores países da América do Sul, com uma população inferior a meio milhão de pessoas principalmente na capital e em cidades costeiras. Com uma extensa área florestal, o Suriname tem um dos índices mais baixos de desmatamento do mundo.

Apenas 5% da população vive na floresta tropical; esta proporção inclui povos indígenas e seis comunidades de maroons, descendentes de escravos fugidos que vivem na floresta há vários séculos e que mantêm o estilo de vida tradicional do oeste africano.

A maior ameaça à floresta tropical é a poluição pelo mercúrio devido a atividades mineiras de pequena escala.

(Fontes: Conservation International, FAO, mongabay.com, Oxford University Environmental Change Institute, UN, WWF).

Venezuela

Superfície total: 916.445 km²
Superfície da área amazônica: 51.000 km²
Desmatamento anual: 2.876 km²
População: 27,7 milhões (ONU, 2007)
Área florestal: 5,56%

A Venezuela é um dos países mais urbanizados da América do Sul. Tem também alguns dos maiores depósitos comprovados de petróleo do mundo, assim como grandes quantidades de carvão, ferro, bauxita e ouro.

O presidente Hugo Chávez usou as riquezas naturais da Venezuela, particularmente as suas valiosas exportações de energia, para estender sua influência a outras partes da América Latina.

A Amazônia venezuelana, que cobre o sul do país, na fronteira com o Brasil e a Colômbia, está cada vez mais ameaçada pelo desenvolvimento. Mais de 35% da Venezuela está oficialmente protegida num sistema de parques e reservas, mas muito desta aérea existe apenas no papel, e a exploração mineira e de madeira continua.

Em 2006, Chávez anunciou a idéia de construir na América do Sul, através de parcerias entre os diversos países, um gasoduto de 8 mil quilômetros para transportar gás natural até o sul do continente. Ambientalistas temem que este projeto vá prejudicar a floresta tropical, poluindo hidrovias e criando estradas que atrairão especuladores imobiliários e agricultores pobres.

(Fontes: Conservation Interntational, FAO, mongabay.com, Oxford University Environmental Change Institute, UN, WWF)


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