A Compesa lança a partir desta quarta-feira (03), um Programa Emergencial de Combate a Inadimplência, com o objetivo de incrementar a arrecadação e gerar recursos para investir em ações para melhorar a qualidade dos serviços prestados à população. Um dos benefícios do programa é de que os clientes com contas em atraso poderão parcelar os seus débitos, principalmente aqueles inclusos na Tarifa Social.
A iniciativa partiu da necessidade da empresa em captar recursos para financiar um número expressivo de investimentos que vem desenvolvendo, que chega a R$ 1,5 bilhão, oriundos de diversas fontes de financiamento. As verbas estão sendo investidas na ampliação e melhoria de sistemas de abastecimento, visando acabar com o sistema de rodízio em todo o estado, cumprindo a meta do Governo de Pernambuco de universalização da água.
O diretor Comercial da Compesa, Décio Padilha comenta que a empresa está expandindo a rede e já conseguiu acabar com o racionamento em cidades como Caruaru e Belo Jardim; regularizou o sistema de abastecimento de água de Gravatá e Porto de Galinhas, entre outros e que conseguiu no ano passado atingir o patamar de 93,6% de cobertura de água. “Essa situação demanda despesas indiretas que surgiram e não são cobertas pelas fontes financiadoras. Em 2010, essa despesa está estimada em R$ 168 milhões. Temos que gerar recursos para bancar a receita operacional e também para continuar a investir”, registra o diretor. Décio Padilha mostrou que em 2009 somente com serviços de terceiros gastou R$ 134 milhões, este ano o valor é de em R$ 160 milhões, conforme previsto no estudo tarifário. A empresa vai continuar aumentando o seu número de clientes, somente este ano, está prevista a implantação de 90 mil novas ligações. “Estamos colocando água para quem nunca teve e isso provocou um aumento da inadimplência”, comentou o diretor.
A Companhia elaborou o programa emergencial de Combate à Inadimplência para recuperar R$ 463.521.134,00 em débitos de 563.521 clientes comerciais, clientes industriais, públicos e residenciais, cerca de 36% do total de 1.557.315 clientes, com débitos acima de duas contas, ou seja, acima de 60 dias. A Companhia esta dando uma nova oportunidade aqueles que desejam regularizar sua situação com a empresa, quem não aderir ao programa poderá responder com sanções como a de ter a água cortada e de ser incluído nos cadastros de restrição de crédito do Serviço de Proteção ao Crédito - SPC/Serasa. Cerca de 303 mil deverão ser negativados nos próximos dois meses. O restante até o dia 2 de setembro. A diretoria da estatal descobriu que incluir o nome dos seus devedores nesse tipo de lista é a mais eficiente forma de cobrança e tem o custo mais barato do que o tradicional corte, que suspende o abastecimento de água. “Para negociar com a Compesa é só procurar as lojas de atendimento ou qualquer escritório da companhia espalhados pelo estado”, comenta Padilha.
PROGRAMA - A iniciativa vai funcionar com duas frentes especificas: a primeira, voltada para a clientela de baixa renda, que está incluída na Tarifa Social e a segunda vai beneficiar os demais clientes, onde são oferecidas vantagens para regularizar a situação diante da empresa. A classe que tem o maior débito são os clientes residenciais, cujo valor chega a R$ 334 milhões, seguidos pelos comerciais, que devem R$ 72 milhões, as prefeituras somam R$ 50 milhões e os industriais, R$ 6,1 milhões. Esses débitos são relativos aos últimos 10 anos, à exceção dos clientes do setor público, que correspondem a apenas cinco anos.
Os consumidores de baixa renda (comprobatoriamente por lei), que pagam a tarifa social, poderão negociar o débito com a Compesa em até 60 vezes, além serem isentos de juros e a entrada para concretizar a negociação corresponde ao valor de uma tarifa social, que custa hoje R$ 8, 56. Dos 1,5 milhões de clientes da Compesa, existem 286.490 clientes nesta situação, que também estão isentos do pagamento da taxa de esgoto. Décio Padilha alerta que os consumidores que se encaixam neste perfil de consumo e que pagam a taxa mínima, que é de R$ 23,37 ou valores acima deste, se comprovarem atendendo os critérios da situação de baixa renda, terão o valor das contas reduzidas e o débito será convertido retroativamente para o valor da Tarifa Social. Mas, lembra o diretor, “o cliente perde a vantagem se atrasar alguma parcela da negociação”.
Já para os demais clientes residenciais e sociais estão sendo oferecidas as seguintes vantagens : quem pagar o débito a vista está isento de juros e multa contratual; quem optar por parcelamento, poderá fazê-lo em até 36 vezes, com acréscimo de juros de 1% ao mês. No ano passado, a Compesa notificou 837.989 clientes devedores, e conseguiu recuperar R$ 44,8 milhões de contas que não haviam sido pagas. Desse total de consumidores que receberam a notificação, 701.526 regularizaram sua situação, uma parcela de 83,72% do total considerado inadimplente. Os demais, que não chegaram a regularizar sua situação, tiveram seus nomes negativados.
No caso da Compesa, são enviados para os serviços de restrição de crédito os nomes dos clientes que estiverem com dez dias de atraso. Depois disso, o consumidor recebe uma carta do SPC ou do Serasa pedindo a regularização do débito. Após o recebimento da correspondência, é dado um prazo de 30 dias para que a dívida seja quitada. Quando isso não ocorre, o nome do cliente entra na lista do SPC ou Serasa e ele começa a ter restrições de crédito. “Se o consumidor pagar o que deve, o seu nome sai do SPC ou Serasa em 24 horas”, explicou Décio Padilha.
A inadimplência também é grande com relação às prefeituras. A estatal pretende mandar para o Serasa o nome das prefeituras que continuarem inadimplentes. Estão sendo encaminhadas 72 notificações de cobrança de débito. Décio Padilha disse que no ano passado após a cobrança, de 108 prefeituras notificadas por débito, 100 se regularizaram.
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