Reformas feitas sem a supervisão de um especialista podem comprometer a estrutura de edifícios e até causar desabamentos.
Em poucos segundos 20 andares vão ao chão, com toneladas de concreto desmoronando como areia. Até que ponto uma reforma, por menor que seja, pode representar ameaça a um edifício inteiro? O Fantástico ouviu engenheiros, visitou prédios novos e outros já condenados para descobrir onde estão os riscos.
A maioria das construções hoje segue um padrão: o edifício é erguido com base em três elementos de sustentação: lajes, viga e principalmente os pilares. Olhando de fora, costuma-se dizer que está só no esqueleto, mas a estrutura em um andar já está pronta. Depois serão construídas as paredes, que depois podem ser alteradas sem nenhum risco à segurança do prédio.
A obra segue uma ordem: fundação, pilares, vigas e lajes. O peso do prédio fica distribuído entre esses elementos. Mas há casos em que a parede também tem uma função na estrutura. É a chamada alvenaria estrutural – quando os tijolos ganham o reforço de vergalhões e concreto.
Muito comum nas reformas é que as pessoas queiram quebrar paredes sem saber se foram projetadas para suportar o peso do edifício. Se qualquer parte da estrutura é alterada ou sofre algum tipo de intervenção sem acompanhamento técnico, toda a base da construção fica comprometida, o que pode provocar um colapso e até levar o prédio abaixo.
O Fantástico visitou um antigo edifício no Rio de Janeiro que será implodido. Pedimos aos engenheiros responsáveis pela implosão para mostrar quais podem ser os efeitos quando alguém decide mexer, sem conhecimento técnico, em um pilar, em uma laje ou em algum elemento de sustentação.
Para ser mais rápido, um martelo hidráulico gigante vai fazer o trabalho que um homem levaria no mínimo três dias. É a tentativa de abrir um buraco em uma viga para passar a tubulação de um ar-condicionado, por exemplo. Nas primeiras batidas, vem o sinal.
“Como vocês podem ver na parede, já pode ver um corte em diagonal. Isso é sinal de que a estrutura está trabalhando e em breve vai entrar em colapso”, aponta o engenheiro Fabio Bruno Pinto.
Não chegamos ao ponto de derrubar a laje, por motivos de segurança. Mas, com as marteladas, a parede quase se divide ao meio. A laje, que era sólida, agora balança. A rachadura agora aumentou muito.
“Isso é a prova que o pouco serviço que a máquina fez abriu muitas rachaduras, mesmo com toda a robustez da laje. Está claro de que, se a máquina continuasse batendo, logo, logo, colocaria a laje no chão”, prevê o engenheiro.
Não é só a ação do homem. Se um prédio não passa por manutenções regulares, os problemas aos poucos vão aparecendo.
“Assim como nós, seres humanos, sofremos de algumas doenças, as estruturas também podem ser atacadas pelas condições ambientais. Em alguns casos, essas manifestações, elas aparecem no seu apartamento na forma, por exemplo, de rachaduras em alvenaria. Você percebe aquelas fissuras. Isso não necessariamente é motivo para pânico, mas obviamente você deve consultar um especialista para que ele identifique se o grau de fissuração que está sendo observado é uma coisa aceitável ou se requer uma inspeção mais detalhada”, explica Romildo Toledo, professor de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A questão não é se o prédio é novo ou velho. “A resistência do concreto sempre aumenta com o tempo e depois de uns dez anos praticamente estabiliza. Então, uma estrutura bem mantida e bem conservada vai durar décadas e décadas e décadas”, afirma Guiseppe Guimarães, professor de engenharia civil da PUC-RJ.
Os especialistas são enfáticos: obras que envolvam qualquer tipo de quebradeira exigem supervisão qualificada.
“Se são soluções que você vai mexer só em alvenaria – você vai pintar, vai trocar um box – não tem problema. Mas se você vai mexer na estrutura, nossa recomendação é que você tenha um engenheiro fazendo todo o tipo de trabalho , calculando e reprojetando toda sua estrutura. Esse engenheiro vai registrar no Crea [Conselho Regional de Engenharia e Agronomia], sua obra fica licenciada, você fica legalizado, não fica sujeito à multa ou a qualquer transtorno”, orienta o engenheiro Giordano Bruno Pinto.
Fica o recado: nunca subestime os riscos, mesmo quando for só aquela reforminha.
“As pessoas não devem absolutamente, sob nenhuma hipótese, fazer nenhuma ação nos elementos estruturais”, alerta
A maioria das construções hoje segue um padrão: o edifício é erguido com base em três elementos de sustentação: lajes, viga e principalmente os pilares. Olhando de fora, costuma-se dizer que está só no esqueleto, mas a estrutura em um andar já está pronta. Depois serão construídas as paredes, que depois podem ser alteradas sem nenhum risco à segurança do prédio.
A obra segue uma ordem: fundação, pilares, vigas e lajes. O peso do prédio fica distribuído entre esses elementos. Mas há casos em que a parede também tem uma função na estrutura. É a chamada alvenaria estrutural – quando os tijolos ganham o reforço de vergalhões e concreto.
Muito comum nas reformas é que as pessoas queiram quebrar paredes sem saber se foram projetadas para suportar o peso do edifício. Se qualquer parte da estrutura é alterada ou sofre algum tipo de intervenção sem acompanhamento técnico, toda a base da construção fica comprometida, o que pode provocar um colapso e até levar o prédio abaixo.
O Fantástico visitou um antigo edifício no Rio de Janeiro que será implodido. Pedimos aos engenheiros responsáveis pela implosão para mostrar quais podem ser os efeitos quando alguém decide mexer, sem conhecimento técnico, em um pilar, em uma laje ou em algum elemento de sustentação.
Para ser mais rápido, um martelo hidráulico gigante vai fazer o trabalho que um homem levaria no mínimo três dias. É a tentativa de abrir um buraco em uma viga para passar a tubulação de um ar-condicionado, por exemplo. Nas primeiras batidas, vem o sinal.
“Como vocês podem ver na parede, já pode ver um corte em diagonal. Isso é sinal de que a estrutura está trabalhando e em breve vai entrar em colapso”, aponta o engenheiro Fabio Bruno Pinto.
Não chegamos ao ponto de derrubar a laje, por motivos de segurança. Mas, com as marteladas, a parede quase se divide ao meio. A laje, que era sólida, agora balança. A rachadura agora aumentou muito.
“Isso é a prova que o pouco serviço que a máquina fez abriu muitas rachaduras, mesmo com toda a robustez da laje. Está claro de que, se a máquina continuasse batendo, logo, logo, colocaria a laje no chão”, prevê o engenheiro.
Não é só a ação do homem. Se um prédio não passa por manutenções regulares, os problemas aos poucos vão aparecendo.
“Assim como nós, seres humanos, sofremos de algumas doenças, as estruturas também podem ser atacadas pelas condições ambientais. Em alguns casos, essas manifestações, elas aparecem no seu apartamento na forma, por exemplo, de rachaduras em alvenaria. Você percebe aquelas fissuras. Isso não necessariamente é motivo para pânico, mas obviamente você deve consultar um especialista para que ele identifique se o grau de fissuração que está sendo observado é uma coisa aceitável ou se requer uma inspeção mais detalhada”, explica Romildo Toledo, professor de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A questão não é se o prédio é novo ou velho. “A resistência do concreto sempre aumenta com o tempo e depois de uns dez anos praticamente estabiliza. Então, uma estrutura bem mantida e bem conservada vai durar décadas e décadas e décadas”, afirma Guiseppe Guimarães, professor de engenharia civil da PUC-RJ.
Os especialistas são enfáticos: obras que envolvam qualquer tipo de quebradeira exigem supervisão qualificada.
“Se são soluções que você vai mexer só em alvenaria – você vai pintar, vai trocar um box – não tem problema. Mas se você vai mexer na estrutura, nossa recomendação é que você tenha um engenheiro fazendo todo o tipo de trabalho , calculando e reprojetando toda sua estrutura. Esse engenheiro vai registrar no Crea [Conselho Regional de Engenharia e Agronomia], sua obra fica licenciada, você fica legalizado, não fica sujeito à multa ou a qualquer transtorno”, orienta o engenheiro Giordano Bruno Pinto.
Fica o recado: nunca subestime os riscos, mesmo quando for só aquela reforminha.
“As pessoas não devem absolutamente, sob nenhuma hipótese, fazer nenhuma ação nos elementos estruturais”, alerta
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