Caixão do ex-vice-presidente foi recebido com honras de chefe de estado. Velório deve se estender até as 23 horas desta quarta. Dilma chegará às 20h
O corpo do ex-vice-presidente José Alencar por volta das 11 horas desta quarta-feira ao Palácio do Planalto, em Brasília, onde será velado até as 23 horas. O caixão foi recebido com honras de chefe de estado, que incluem uma salva de 21 tiros de canhão. O corpo foi levado ao Planalto em um caminhão do Corpo de Bombeiros, em um cortejo fúnebre que seguiu por cerca de 20 minutos pelas ruas da capital federal. Seis cadetes das Forças Armadas subiram a rampa do Planalto com o caixão nos ombros até o Salão Nobre, onde ocorrerá o velório.
O início da cerimônia será reservado a familiares e autoridades convidadas. O velório só será aberto ao público após a celebração de uma missa pelo secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Dimas Lara. Também vão auxiliar a missa o apostólico Dom Lorenzo Baldissere e Dom Waldemar Dalbello, da Arquidiocese de Brasília. Para evitar tumulto após a abertura do velório ao público, foi preparado um forte esquema de segurança para entrada dos populares, que passarão por revista antes de subir a rampa do Planalto.
Ao redor do Salão Nobre estão espalhadas mais de 40 coroas de flores. Atrás do caixão ficarão três delas, todas com flores brancas: uma enviada pela presidente Dilma Rousseff, outra do vice-presidente, Michel Temer, e uma terceira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e familiares.
Homenagens - O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que levou o corpo do ex-vice-presidente José Alencar a Brasília pousou na capital federal às 10h05 desta quarta-feira. A aeronave C-105 Amazonas. Estavam na pista para receber o corpo, além da família do ex-vice, os representantes dos Três Poderes Michel Temer, presidente da República em exercício, Marco Maia, presidente da Câmara, José Sarney, presidente do Senado, e Carlos Ayres Brito, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal.
Pouco antes da chegada das aeronaves, Temer exaltou, emocionado, a figura de José Alencar. “Ele deixa um legado extraordinário para a nação, o melhor que um presidente pode receber, um legado de exemplo de vida pessoal, familiar, pública e moral. Acho que ele é um exemplo para todos nós, em particular para mim”, disse. “Como vice-presidente da República, procuro sempre seguir seu exemplo.
Se eu conseguir de alguma maneira, ainda que minimamente, reproduzir alguns gestos cívicos do vice-presidente, me darei por satisfeito na minha gestão como vice”. Com olhos marejados, Temer completou: “Perde o Brasil um grande brasileiro e ganha o céu uma grande figura”.
Cerimônias - O ex-vice terá dois velórios, um em Brasília, outro em Belo Horizonte. O primeiro se estende até a manhã de quinta-feira, quando o corpo será levado para Belo Horizonte. Na capital de Minas Gerais, o segundo velório acontece no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo estadual, das 8h30 às 13 horas.
A presidente Dilma Rousseff, que está em viagem a Portugal, deve chegar ao Brasil no início da noite para despedir-se de Alencar. Ela virá acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles também estarão presentes no enterro, que deve ocorrer em Minas Gerais.
Com a realização do velório no Palácio do Planalto, José Alencar se iguala a outro mineiro ilustre. Em 1985, o então presidente eleito Tancredo Neves - que não chegou a tomar posse - foi homenageado com um velório e missa de corpo presente realizados na sede do governo brasileiro. Nenhum dos ex-presidentes militares mortos recentemente tiveram direito à mesma honraria. Nem mesmo Juscelino Kubitschek, que construiu e fundou a cidade de Brasília, recebeu tal homenagem. Morto num acidente de carro em 22 de agosto de 1976, no auge da Ditadura Militar, JK foi velado no Rio de Janeiro antes de ser sepultado em Brasília, em cerimônia acompanhada por 300.000 pessoas.
Com a realização do velório no Palácio do Planalto, José Alencar se iguala a outro mineiro ilustre. Em 1985, o então presidente eleito Tancredo Neves - que não chegou a tomar posse - foi homenageado com um velório e missa de corpo presente realizados na sede do governo brasileiro. Nenhum dos ex-presidentes militares mortos recentemente tiveram direito à mesma honraria. Nem mesmo Juscelino Kubitschek, que construiu e fundou a cidade de Brasília, recebeu tal homenagem. Morto num acidente de carro em 22 de agosto de 1976, no auge da Ditadura Militar, JK foi velado no Rio de Janeiro antes de ser sepultado em Brasília, em cerimônia acompanhada por 300.000 pessoas.
Morte - O ex-vice-presidente morreu às 14h41 desta terça-feira, aos 79 anos, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, de falência de múltiplos órgãos. Alencar lutava contra o câncer havia 13 anos. Nos últimos quatro, desde que descobriu um novo tumor, enfrentou 13 cirurgias com confiança ("estou acostumado a montar em cavalo bravo"), bom humor ("estamos espantando o câncer no tiro") e serenidade ("vamos ao jogo da vida"). Mais do que as realizações políticas ou profissionais, foram sua grande perseverança e vontade de viver que comoveram o país e o farão lembrado.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/corpo-de-alencar-chega-ao-palacio-do-planalto
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