Contra o São Paulo hoje, às 21h50, no Arruda, equipe coral quer honrar a tradição de um passado de glórias que espera reencontrar em breve
É uma partida para o torcedor reavivar a tradição do Santa Cruz. Lembrar de épocas em que receber no Arruda grandes equipes e craques do futebol nacional era uma rotina, um privilégio. Na noite de hoje, tricolores voltam a sentir o sabor da grandeza, jogada com desleixo no porão do futebol nacional. Pela Copa do Brasil, o ´Terror do Nordeste` enfrenta o São Paulo de Rogério Ceni, Miranda e Lucas. O São Paulo de Rivaldo. Em suas ´Repúblicas Independentes`, o Santa Cruz enfrenta o seu passado querendo reencontrá-lo. No presente e no futuro.
Fica difícil prever um duelo equilibrado nesta noite. A diferença técnica é imensa. Os tricolores de São Paulo têm no elenco atletas de várias gerações da Seleção Brasileira. Inclusive da atual: Lucas. Inclusive daquela responsável pelo último título mundial, conquistado na Alemanha em 2002: Rivaldo. Ele, outro capítulo do passado coral com a marca do desleixo. O meia tornou-se ídolo quando não mais vestia a camisa do tricolor do Recife. Teve o seu talento trocado por uma mixaria. E mesmo assim continuou admirando o Santa Cruz.
É justamente essa admiração incapaz de sucumbir nos revezes que ainda sustenta o ´Mais Querido`. E se transforma na única esperança de triunfo diante da força do adversário de hoje. Na torcida, o Santa Cruz espera encontrar elementos para igualar a disputa desigual. É assim no futebol. Não dá no toque de letra, vai no grito, no incentivo. Apoio incrivelmente capaz de transformar uma bola perdida em um contra-ataque. Capaz do inusitado. Os tricolores sabem disso.
Aconteceu assim na última vez em que o Santa Cruz sentiu-se grande. Na mesma competição, mesma fase, no ano passado. Contra o Botafogo, o time comandado por Dado Cavalcanti era apontado como presa fácil. A dúvida era saber se haveria o jogo da volta. No Arruda, o time carioca venceu por 1 a 0. O torcedor coral não vaiou. Aplaudiu até o final. Reconheceu a luta em campo. Fez assim nos dias seguintes ao jogo. Combustível que levou o Tricolor a surpreender os cariocas - e todo o Brasil - no Engenhão. Vitória por 3 a 2 e classficação garantida.
Pode-se argumentar, especialmente os pessimistas, que a história dificilmente se repete. Isso é certo. O fato, porém, é que a história é outra. Jogadores diferentes hoje vestem a camisa do Santa Cruz. Um técnico diferente comanda o time. O adversário é outro. A circunstância é diversa. O único elemento semelhante é a torcida. Justamente o elemento capaz de fazer a diferença.
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