Dr. Gamaliel Marques

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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pai de Mayara Petruso não poupa a filha em entrevistas na mídia

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Estudante de Direito que postou frases contra nordestinos no Twitter e no Facebook  é alvo da Justiça e da OAB e pode ser condenada

Antonino Petruso, pai de Mayara Petruso, a universitária postou no twitter e facebok comentários racistas contra nordestinos tem dado diversas entrevistas aos mais variados veículos da imprensa. Mais preocupado com ele mesmo e com o efeito negativo que isso pode recair sobre os seu negócios com empresário, ele procurou alguns portais e jornais para esclarecer algumas coisas. Veja abaixo uma das entrevistas dada ao Correio da Bahia, nesta semana.

Como o senhor soube que Mayara fez aqueles comentários na internet?
Através de amigos que viram. Aí, eu entrei em um site de buscas e acabei vendo aquelas coisas desagradáveis. Eu não penso como ela. Pelo contrário. Tenho estima muito grande pelos nordestinos. Tenho muitos amigos nordestinos. Isso dói muito em mim. 

Como é sua relação com Mayara?
Tive um caso extraconjugal há pouco mais de 20 anos. Desse caso, nasceu Mayara. Reconheci a paternidade, coloquei meu sobrenome nela. Ela está em São Paulo. Eu encaminhei para estudar, custeio tudo para colocar ela no bom caminho. Não consegui ter um bom relacionamento com ela. Não sei se é comigo, mas não consigo ter um bom relacionamento. A gente se fala sempre discutindo. Tenho bom relacionamento com todas as minhas filhas, menos com ela. 

E com as irmãs?
Elas não se dão bem. Nunca conviveram juntas. Talvez pelo motivo da mãe dela ser um caso meu. Então há uma rixa de ciúmes. (Mayara) Nunca foi aceita por elas (irmãs). 

O senhor acha que este problema familiar pode ser um dos motivos para o comportamento dela?
Difícil falar. Com a mãe, ela se dá bem. Sempre achei que o problema era comigo. Mas se todo mundo fosse assim porque tem um pai dessa forma... É difícil. Mayara estudou em bons colégios, estuda em uma boa faculdade. Não tinha motivo nenhum. 

O senhor acredita que ela pode ter sido influenciada por amigos?
Com 21 anos já é dona dos seus atos. Mas pode ser. Mayara fica em São Paulo, às vezes fico meses sem falar com ela. É difícil saber com quem ela anda. O que sei é que Mayara está em uma faculdade boa e em emprego bom. Eu soube que foi demitida (da função de estagiária em um escritório de advocacia em São Paulo) e fiquei magoado. Me custa acreditar que ela pensa isso. 

Há uma representação criminal contra ela no Ministério Público. O senhor tem medo dela ser presa?
O coração da gente fica dividido em dois. A gente não gosta de ver ninguém preso, mas, se for necessário, fazer o quê? Tenho que olhar no olho dela e saber se ela escreveu aquilo. A gente vai colocar um advogado por formalidade, para não dizerem que estou virando as costas, mas se Mayara errou, vai ter que pagar. A Justiça é lenta, mas ela chega. E quando chega, dói.  

Já conversou com Mayara depois do que aconteceu?
Não conversei até agora. O único contato que tenho é por celular e e-mail. O celular, na maioria das vezes, cai na caixa postal. Ela sempre não atende e não retorna (as ligações). 

Qual foi a última vez que vocês se falaram?
Faz de dois a três meses. Foi quando ela mudou de rua, na Liberdade (bairro paulistano). 

Ela mora com a mãe?
A mãe mora em Bragança Paulista. Ela foi sozinha para estudar (em São Paulo). Ela mora com duas amigas. 

O senhor sabe onde ela está?
Gostaria de saber. Deve estar meditando (sobre o que fez). Ela sabe que vai ouvir. Quero entender por que ela pensa assim. Se ela confirmar, vou ficar muito bravo com ela. Eu sou muito rigoroso. Não aceito esse tipo de comportamento. Ela vai ouvir poucas e boas. Vai ter que fazer uma retratação. 

O senhor tem medo que ela sofra alguma retaliação por parte de alguém que se sentiu ofendido?
Já passou pela minha cabeça. Acho que nada deve levar à agressão. As pessoas devem sentar, discutir e deixar que a Justiça tome seus procedimentos. Agora, quanto à vida dela, eu me preocupo. 

Como está sua vida em Bragança Paulista? O senhor e sua família estão sendo hostilizados?
Desagradável. A maioria das pessoas não fala nada. Mas existe o olhar que quer dizer muito. 

E suas filhas?
Elas estão sentidas, porque não é o que elas pensam. Estão sendo confundidas. Minha filha Isabela (19 anos), que faz Direito em São Paulo, ontem (quinta-feira) à noite me ligou chorando. Na sala de aula, o professor comentou sobre o que está acontecendo e falou para os alunos. (O professor disse) “Eu não vou falar o nome porque a pessoa é conhecida”, mas a sala inteira já sabia. Os alunos pediram para ele falar e o professor disse o sobrenome Petruso com minha filha na sala. Ela ficou arrasada. Saiu para chorar. 

Repercussão na imprensa estrangeira 
As declarações feitas na internet pela estudante de Direito Mayara Petruso sobre os nordestinos repercutiram na imprensa internacional. O portal do jornal inglês Telegraph publicou uma matéria sobre os riscos da estudante ser presa após os comentários preconceituosos postados no Twitter. No primeiro parágrafo diz: “Mayara Petruso usou as redes sociais para culpar o povo em extrema pobreza do Nordeste do Brasil pela eleição de Dilma Rousseff”.

 Fonte:http://www.blogdafolha.com.br/

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